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Construção de moradias no Parque dos Búfalos divide opinião de vereadores e população

Por: - DA REDAÇÃO

9 de maio de 2015 - 16:39

A construção de moradias populares no Parque dos Búfalos, terreno com 994 mil metros quadrados localizado Jardim Apurá, gerou discussão neste sábado (9/5) durante a sessão pública do Câmara no Seu Bairro – projeto promovido pelo legislativo paulistano para aproximar a população dos vereadores – realizada em Cidade Ademar, zona sul de São Paulo.

A meta da prefeitura é construir neste terreno 3.860 unidades habitacionais pelo Programa Minha Casa Minha Vida. O complexo residencial deverá receber cerca de 20 mil moradores. O projeto também prevê a construção de um parque, com equipamentos de esporte e lazer.

A assessora do Cecasul (Centro de Cidadania e Ação Social Sul), Clair Helena Peixoto Oliveira, defendeu a proposta. “Precisamos de moradia digna e uma parte da área será reservada para o parque. É possível contemplar quem precisa de uma casa e também o meio ambiente”, declarou.

Contrária a construção das unidades habitacionais, a moradora da região Maria Mercedes Brito acredita que o meio ambiente será prejudicado. O terreno fica às margens da Represa Billings e abriga oito nascentes e espécies nativas de fauna e flora. “Essa é a única área que temos de lazer e não deve ser destruída. Precisamos conservar o pouco de área verde que ainda tem em São Paulo”, afirmou.

Para Ricardo Pinto, seria necessário melhorar a infraestrutura antes de mais pessoas morarem nessa área. “Sou a favor de moradia popular, mas colocar mais pessoas em uma área sem estrutura não faz sentido”, declarou.

O assunto também dividiu a opinião dos vereadores. Alfredinho (PT) defende a construção das unidades habitacionais. “O projeto beneficia muitas famílias que estão sem moradia ou em áreas de risco. É possível viver no local e preservar o meio ambiente”, explicou.  Integrante da Frente Parlamentar pela Sustentabilidade, Mario Covas Neto (PSDB), sinalizou que o colegiado não apoia o projeto. “Nos posicionamos contrariamente a construção desse conjunto habitacional. Sabemos que já uma carência enorme de habitação na cidade, mas devemos também nos preocupar com a preservação dos mananciais. A comissão realizou diversas visitas técnicas e debates sobre o tema e vamos pedir o tombamento dessa área”, disse.

O presidente da Câmara, vereador Donato (PT), classificou o assunto como “polêmico”. “Respeito a opinião de todos, mas particularmente sou a favor de construir essas unidades habitacionais, porque é a melhor maneira de preservar os mananciais”, afirmou.
O secretário municipal de Relações Governamentais, Alexandre Padilha, explicou que habitação é uma das prioridades da gestão. “Antes de fazermos o projeto realizamos uma consulta com a população e todos foram a favor. Vamos iniciar as obras e elas irão garantir a proteção dos mananciais, porque é exatamente o tratamento e a coleta de esgoto que garantem que as represas não sejam poluídas”, disse.

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