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Construção de túnel entre a Marginal Pinheiros e a Imigrantes aflige população

23 de setembro de 2010 - 07:20

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Juvenal Pereira
Finanças debate projeto urbanístico da Operação Águas Espraiadas
Vereadores manifestaram preocupação com o destino das famílias que têm moradias no entorno e deverão ser removidas com as obras

 

A lei da Operação Urbana Águas Espraiadas previa a implantação de um túnel ligando a Marginal Pinheiros à Rodovia dos Imigrantes com a construção de um parque linear sobre ele. Para explicar o projeto urbanístico original da operação apresentado em 2001, o arquiteto Paulo Bastos, responsável pelo plano, foi recebido em reunião extraordinária da Comissão de Finanças e Orçamento nesta quinta-feira (23/09).

A Operação pretende revalorizar a área, bem como canalizar o córrego e urbanizar as favelas desse perímetro. Só que a embocadura e a desembocadura do túnel não obedecerão ao projeto inicial, aprovado junto com a lei da operação. Isso preocupou alguns representantes da comunidade.
 
Paulo Bastos defendeu a construção do túnel de 400 metros e do parque. Segundo o arquiteto, o túnel e o parque qualificam a superfície, que não seria, dessa forma, ocupada por veículos, além de contribuir com o meio ambiente, ser uma obra mais rápida, trazendo menos transtornos para a sua construção.
 
Os vereadores manifestaram preocupação com o destino das famílias que têm moradias no entorno que devem ser removidas para as obras da Operação. Uma das moradoras alarmadas com a futura desapropriação é a aposentada Maria Tereza Concolato, de 71 anos, que reside no Jardim Jabaquara há 44 anos. “Por enquanto não ofereceram nada, mas estamos brigando. Estão brincando com a gente”, desabafa.
 
Segundo a Operação, Zonas Especiais de Interesse Social (ZEISs) devem realojar a população das favelas removidas.
 
O vereador Nabil Bonduki (PT) não está seguro em relação ao impacto urbano, ao custo das obras previstas e quanto à prioridade do túnel.
 
“O principal problema é o equacionamento da questão da moradia para os moradores que estão nas favelas e nas áreas que vão ser impactadas na intervenção. O túnel vai superar, inclusive, a capacidade de arrecadação da Operação Urbana. Parece-me que essa discussão tem que ser feita em relação ao custo-benefício. Evidentemente, uma via expressa no meio do bairro não é uma coisa boa, porque gera um impacto muito grande”, salienta.
 
Pistas expressas serão substituídas por um túnel que vai conectar a Avenida Roberto Marinho com a Rodovia dos Imigrantes. Prédios serão edificados no entorno do parque. Estima-se um custo de R$ 4 bilhões na construção do túnel
 

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