O secretário municipal dos Transportes, Alexandre de Moraes, anunciou na Câmara, nesta segunda-feira (16/11), que foi concluído o projeto básico para a construção dos 11 quilômetros do monotrilho que ligará o Jardim Ângela ao Largo 13 Maio, na zona sul de São Paulo. O custo da obra está estimado em pouco mais de R$ 800 milhões, já que se calcula que cada quilômetro custará R$ 75 milhões. “Em duas semanas, no máximo, o prefeito Kassab vai lançar o edital do projeto executivo, para que no final do semestre do ano que vem possamos licitar. O projeto prevê 44 quilômetros para toda linha, mas, agora, serão licitados 11 quilômetros, saindo do Terminal Jardim Ângela, que será reconstruído, e irá até o Largo 13, em Santo Amaro, onde haverá conexões com ônibus e trens do Metrô e da CPTM”, destacou o secretário.
As informações foram dadas durante a audiência temática a respeito do Orçamento de 2010, realizada, nesta segunda-feira (16/11), pela Comissão de Finanças e Orçamento da Câmara Municipal.
Ao comentar as críticas de representantes de algumas ONGs presentes contra a construção do monotrilho, alegando que é um meio de transporte inseguro e sua capacidade de transporte é pequena, Moraes afirmou: “Aqueles que acompanham esse sistema de transporte sabe que em países desenvolvidos, como Japão, Coréia, ou países em desenvolvimento, como Índia, jamais utilizariam um sistema desse se não fosse confiável. Nos Estados Unidos, nós temos em Las Vegas e Orlando. É um sistema seguro, rápido, de construção mais rápida,de média capacidade, que na zona sul se encaixa muito bem, principalmente pelas limitações ambientais da região e pela necessidade da população.”
O vereador Donato (PT), vice-presidente da comissão, não acha que esse tipo de transporte seja o mais adequado para a região. “O monotrilho anunciado aqui pelo secretário custaria mais de R$ 800 milhões, mas será executado, segundo ele, em 2011 e 2012. Além disso, o Orçamento prevê para o ano que vem apenas R$ 1 milhão. Parece-me insuficiente, inclusive, para iniciar a contratação de projeto. É um debate que gente deve continuar na Câmara. Primeiro para saber se essa alternativa é a melhor, pois o monotrilho, até onde a gente tem conhecimento, é um transporte de média capacidade, é um bonde sobre pilares. Na região existe uma demanda grande por transporte e pela extensão da linha 5 do Metrô, que vai até o Capão Redondo e poderia ir até o Jardim Ângela”.
Ciclovias
O secretário dos Transportes expôs na audiência pública as prioridades da Prefeitura do Orçamento para 2010. Na oportunidade, o vereador Floriano Pesaro (PSDB) solicitou a colocação de um rubrica especial para a construção de ciclovias e ciclofaixas para “demonstrar que de fato é uma prioridade da Prefeitura, considerando a bicicleta como parte da frota de veículos da cidade de São Paulo”.
Para Pesaro, Moraes “foi sensível à sugestão, pois a nossa intenção de especificar cada vez mais o orçamento do transporte, para que possamos ter mais clareza, mais transparência, para que a população possa fiscalizar a renovação de frotas, melhoria nos pontos de ônibus, uma frota menos poluidora”.
O secretário destacou que “pela primeira vez no município de São Paulo se priorizou a bicicleta dentro do âmbito do orçamento da Secretaria Municipal dos Transportes. Nunca houve a priorização da bicicleta como modal de transporte. ”
Subsídio
O vereador Donato disse ao secretário que, neste ano, a Prefeitura vai gastar mais de R$ 800 milhões em subsídios à tarifa de ônibus e para o ano que vem está previsto R$ 360 milhões; em seguida perguntou qual seria o cálculo do aumento da tarifa que irá vigorar a partir de janeiro. “O secretário nos explicou que a cada R$ 0,10 de aumento na tarifa significa R$ 150 milhões em subsídios, mas ele não quis definir quanto será esse reajuste."
Antes, prestaram esclarecimentos a respeito do Orçamento representantes do Tribunal de Contas do Município, da Secretaria de Governo Municipal e da São Paulo Turismo (SPTuris).
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