A briga judicial em torno da inauguração do shopping center JK Iguatemi, na Zona Sul de São Paulo, foi debatida nesta quarta-feira na subcomissão instalada no âmbito da Comissão de Finanças e Orçamento para examinar a situação dos polos geradores de tráfego na cidade. Representantes da W Torre, responsável pelo empreendimento, participaram da reunião e afirmaram que, mais do que os prejuízos financeiros, a situação deixa a investidores estrangeiros a imagem de não cumprimento dos contratos.
Walter Torre, sócio da construtora, deu o histórico da construção do shopping center, que faz parte da segunda etapa de um empreendimento que contempla também o escritório de um banco. Para ele, desde 2009, quando a primeira fase foi concluída e a W Torre deu entrada no pedido de certidão da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) para o JK Iguatemi, a construção tem sido taxada com contrapartidas sem precedentes no país.
Torre argumentou que a Prefeitura não está cumprindo a legislação ao colocar como obras mitigadoras, a serem realizadas pela dona do empreendimento, intervenções viárias avaliadas em R$ 42 milhões: viaduto que liga a Avenida Juscelino Kubitschek à Marginal Pinheiros, pista na Marginal até a Ponte das Bandeiras, ciclovia até o parque Villa-Lobos e passarela para bicicletas, dando acesso ao Parque do Povo.
Segundo o presidente da subcomissão, vereador Aurélio Miguel (PR), a Prefeitura infringiu a lei municipal em dois pontos. Em primeiro lugar, o valor das obras não pode superar 5% do custo total do shopping, e no caso do JK Iguatemi supera 10%. Além disso, ele afirmou que o Executivo não cumpriu os prazos previstos na legislação para apresentação das intervenções a serem feitas. Foram quase seis meses de espera, porém a lei institui 60 dias.
Walter Torre afirmou que a construtora continua executando as obras viárias, e que aguarda a liberação da Prefeitura para o empreendimento ser inaugurado. Estamos tranquilos porque existe a lei aprovada aqui, mas não sabemos por que fomos marcados, disse o engenheiro, que acredita que o empreendimento está sofrendo uma espécie de perseguição.
Para o vereador Donato (PT), as acusações são bastante graves. Ele propôs que na próxima reunião da subcomissão sejam ouvidos a Secretaria Municipal de Transportes e o procurador envolvido no caso. O vereador Adílson Amadeu (PTB) concordou com os convites. Está na mão desse procurador a abertura do shopping, argumentou.
(9/5/2012 – 15h)