Em 2012, com apenas 36 anos, Kabalan Frangieh assumiu um dos maiores desafios profissionais de sua vida: comandar o posto de cônsul-geral do Líbano em São Paulo. A dimensão da responsabilidade do cargo pode ser mensurada pelo tamanho da comunidade libanesa na cidade, que passa de um milhão de pessoas.
Em território nacional, os números são ainda mais expressivos: mais de 10 milhões. Ou seja, a colônia libanesa no Brasil é maior que a própria população do Líbano, que tem cerca de 6 milhões de habitantes.
E foi com o objetivo de trabalhar junto à comunidade libanesa e em prol da capital paulista que Frangieh alcançou a aprovação não só dos seus conterrâneos e descendentes, mas de toda a cidade. Por reconhecimento aos serviços prestados, ele recebeu, nesta sexta-feira (8/12), o Título de Cidadão Paulistano, no Plenário da Câmara Municipal.
O ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, era prefeito de São Paulo quando o cônsul assumiu o posto na cidade, e fez questão de participar da homenagem.
“Pude testemunhar de perto o extraordinário trabalho que ele fez aqui ao lado da comunidade libanesa, não só em São Paulo, mas no Brasil. Então não poderia deixar de estar presente aqui na Câmara para, evidentemente, manifestar esse reconhecimento pelo trabalho realizado, e desejar boa sorte a ele na sua próxima missão”.
Após o mandato de cinco anos, que termina no fim do mês, Kabalan Frangieh vai se tornar embaixador na África do Sul. Ele admite que a próxima missão não será nada fácil, mas, desta vez, o motivo não será necessariamente o desafio profissional.
“Porque vou sentir muita saudade daqui. São Paulo se tornou a minha casa, desde o primeiro momento em que cheguei já me sentia assim. Vai ser muito difícil sair dessa cidade que me marcou tanto e que amo. A vibração aqui é única. É uma metrópole muito viva e tranquila, as duas coisas ao mesmo tempo. Não tem outro lugar igual, que também tem uma cultura enorme. O sentimento que tive aqui, nunca tive em nenhum outro lugar”.
Carreira
Kabalan Frangieh é libanês, mas também fala português, francês, inglês e árabe, com uma longa formação acadêmica. É bacharel em Ciência Política pela American University of Beirut (Líbano) e mestre pela University of Delhi (índia). Entre as experiências na área diplomática, foi cônsul em diversos países como Costa do Marfim, Polônia, Áustria e índia.
O diretor presidente da Universidade de Suzano (Unisuz), José Francis, é amigo da família do cônsul há décadas. Para o acadêmico, a saída do dele deixará um vazio na comunidade libanesa.
“Ele fez um trabalho forte com a colônia em todos os setores: econômico, social e universitário. E também estreitou mais o relacionamento com o Brasil. O Kalaban, neste mandato, fez um belíssimo trabalho. E é um representante digno do Líbano aqui em São Paulo e, portanto, merecedor dessa homenagem hoje. Kabalan vai de fato deixar um grande vazio, porque é realmente um diplomata de carreira que realizou muitos esforços aqui”, disse.
A iniciativa da homenagem foi do vereador, e também descendente de libaneses, Eduardo Tuma (PSDB). “Há mais libaneses, incluindo os descendentes, no Brasil do que no próprio Líbano. Em São Paulo também é a maior colônia do país. E o cônsul teve um papel fundamental nesses cinco anos de congregar e unificar a comunidade e resgatar esse sentimento patriota das nossas origens. A contribuição dele foi fundamental para São Paulo, e por isso, esse merecido Título de Cidadão Paulistano”.
A solenidade na Câmara também contou com a presença do vereador Rodrigo Goulart (PSD).