A SVMA (Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente) realizou, nesta quinta-feira (2/6), consulta pública sobre o Parque Natural Municipal Cabeceiras do Aricanduva. O novo Parque Natural faz parte da meta da gestão pública municipal de 2021 a 2024. A consulta pública com a participação popular é obrigatória por lei federal.
Esta é a terceira consulta. As duas anteriores ocorreram na Subprefeitura de São Mateus e na Subprefeitura de Cidade Tiradentes, as duas regiões que fazem parte do território do parque que está localizado no extremo leste do município de São Paulo e abrange uma área de 296 hectares.
De acordo com a diretora da divisão de gestão de unidades de conservação da SVMA, a socióloga Anita Correia de Souza, são várias as fases para que o Parque seja entregue para a população de São Paulo. “Começamos por um processo que é um estudo para a criação. Esses estudos são desenvolvidos pelo setor de planejamento da secretaria e abrange o meio físico e o meio biótico. São feitas as consultas públicas, é contratado um projeto para a construção da sede, e na sequência ocorrem a demarcação territorial com placas. Só então o parque é cercado e o próximo passo é a formação de um conselho gestor com integrantes da sociedade civil e do Poder Público. Só depois disso o Parque será aberto à população e se inicia a construção do plano de manejo da unidade”.
Durante a consulta pública, foi realizada uma apresentação com dados técnicos sobre os aspectos climáticos, o relevo, o tipo de vegetação, fauna e demais detalhes para o equilíbrio hidrológico da região, bem como a preocupação com atrações para os frequentadores e atividades educacionais. A técnica da Divisão do Patrimônio Ambiental da SVMA, Patrícia do Prado Oliveira, reforçou que uma das preocupações é a de gerar uma economia local com a criação desse parque natural. “Que a população possa usufruir não só do ponto de vista ambiental, mas com atividades locais como turismo ecológico, projetos de educação ambiental, para que as pessoas se sintam pertencentes a este espaço.”
Só em desapropriações foram gastos R$ 33 milhões e há ainda uma área em negociação no valor de R$ 25 milhões. O subprefeito de Cidade Tiradentes, Lucas Sorrillo, comemorou o fato de que o orçamento destinado à SVMA, pelos vereadores, dobrou em relação ao ano passado, e isso trouxe grande benefício para a região. “O aumento da permeabilidade, reúso de materiais, de insumos, permite que os detritos não cheguem aos córregos e preserva a cabeceira do rio Aricanduva, evitando enchentes por toda a extensão e também no rio Tietê, onde ocorre a desagua, que é o principal rio da cidade de São Paulo”.
A consulta pública na Câmara Municipal de São Paulo contou com a participação popular e sugestões para serem avaliadas pela secretaria. A diretora-presidente da ONG CEMAIS (Centro de Estudo de Meio Ambiente e Integração Social) de São Mateus citou a necessidade de melhoria no viário de acesso ao parque, e a necessidade de um monitoramento de câmeras com possibilidade de participação da iniciativa privada.
Já o ambientalista Douglas Mendes argumentou sobre a importância de uma manutenção eficiente do futuro parque. O vice-presidente do Conseg (Conselho Comunitário de Segurança) da Cidade Tiradentes, Jeverton Gonçalves, chamou a atenção para as ocupações e a realocação das famílias que ali estão. A previsão é de que o Parque Natural Municipal Cabeceiras do Aricanduva seja aberto ao público no segundo semestre de 2023.
Para assistir a consulta pública na íntegra, clique no vídeo abaixo: