O loteamento, que abriga cerca de 1.400 famílias de acordo com o Habisp, surgiu em meados da década de 90 no terreno onde funcionava a fábrica de cerâmicas Keralux. Em 1997, um laudo do Instituto Adolfo Lutz apontou que a água consumida pelos moradores estava contaminada com hexaclorociclohexano, substância presente no pesticida BHC, proibido no Brasil desde 1985.
Na época a prefeitura realizou um processo de descontaminação do terreno, mas a proximidade de uma planta da Bann Química continuou a gerar problemas para a região. Multada dezenas de vezes pelo poder público por descumprir a legislação ambiental, a fábrica – fechada em 2006 – lançava poluentes na atmosfera e em córregos da área.
Segundo Gloeden, os estudos mais recentes realizados pela Cetesb não apontaram nenhuma contaminação significativa na região. “O que se observou lá foi a presença de alguns metais no solo, mas não em altas concentrações, o que levou a Cetesb a considerar que a única via de exposição possível seria o contato dérmico das pessoas com esse material”, explicou o técnico.
Mesmo considerando a possibilidade de contaminação desprezível, a companhia recomendou a pavimentação das ruas do bairro como medida preventiva. Também foi solicitado a realização de estudos para apurar a existência de metano no solo – o Jardim Keralux é vizinho da USP Leste, onde foi constatada a presença do gás.
Membro da comissão, o vereador Vavá (PT) pediu aos representantes da Cetesb que agendem uma reunião com líderes comunitários do local para acalmar a população, que sofre com a falta de informações sobre as condições ambientais da região.
“O anseio do povo do Jardim Keralux é a regularização do bairro”, afirmou o petista. “Evidente que eles querem a pavimentação do local, mas eles também querem o acompanhamento da Cetesb para garantir que eles estejam seguros de qualquer contaminação.”