Fábio Jr. Lazzari/CMSP
O secretário estadual de Planejamento e Desenvolvimento Regional, Emanuel Fernandes, que acumula o cargo de coordenador dos trabalhos do Comitê Estadual da Copa de 2014, não escondeu nesta quarta-feira a preocupação do poder público com relação às obras da Arena Corinthians, que começaram há apenas dois dias.
Porém, apesar do cronograma apertado, ele acredita na possibilidade de o novo estádio receber a abertura do Mundial de futebol. “Estamos trabalhando para que o estádio fique pronto a tempo. Não é por vaidade que São Paulo deve abrir a Copa. É uma oportunidade única de nos mostrarmos para o mundo como uma cidade segura e organizada”, declarou Fernandes, que participou de reunião da subcomissão instalada na Câmara Municipal para acompanhar as intervenções que vêm sendo feitas para a Copa.
De acordo com o secretário, o atraso na construção do espaço se deu por ele ser o “plano B” de São Paulo, que inicialmente desejava utilizar o estádio do Morumbi para o evento.
Outro entrave à obra da arena esportiva, disse Fernandes, é o uso apenas de dinheiro do Corinthians e da construtora Odebrecht. “Estamos passando um sufoco agora por causa disso, mas não tem como voltar atrás”.
Para o vereador Jamil Murad (PCdoB), o Estado deveria investir na construção dos estádios. “Não há problemas no uso de recursos públicos, desde que com transparência”. Já Tião Farias (PSDB) acredita que a iniciativa privada deve arcar com obras desse porte, cabendo ao Estado realizar melhorias no entorno e na região.
Emanuel Fernandes garantiu que os R$ 486 milhões que o governo estadual pretende investir nos próximos anos não irão para a Arena Corinthians, e sim para outras obras que beneficiarão a Zona Leste de São Paulo. “É preciso mostrar para a população de Itaquera que a região é prioritária. O Polo Institucional de Itaquera, com uma rodoviária, faculdades e incubadora de empresas, é uma forma de privilegiar a área”.
Além do Polo de Itaquera, Fernandes falou de construções que ficarão como legado para a cidade após a Copa. Entre elas, citou um hospital, linhas de metrô e trem e mudanças nas principais avenidas da região do estádio. “As obras de mobilidade são para a Copa? Não, depois a ligação Itaquera-Radial vai ficar”.
(01/06/2011 – 12h51)