A Comissão Extraordinária de Segurança Pública da Câmara Municipal de São Paulo recebeu nesta terça-feira (30/4) representantes do comando do Corpo de Bombeiros Metropolitano. Na pauta, a situação de operacionalização dos hidrantes da cidade conforme requerimento do presidente do colegiado, vereador Bombeiro Major Palumbo (PP), aprovado durante o último encontro.
A corporação esmiuçou o trabalho voltado à fiscalização dos equipamentos utilizados para o combate de incêndios. No total, São Paulo possui cerca de 5 mil hidrantes espalhados por todas as regiões da cidade, sendo que 75% deles estão funcionando conforme às necessidades técnicas do Corpo de Bombeiros. A instituição entende que o ideal seria resolver os problemas de vazão e pressão dos hidrantes do que, simplesmente, aumentar a quantidade deles.
Major Daniel Gonçalves destacou que as viaturas costumam carregar grande quantidade de água nas operações, visto que nem todos os hidrantes funcionam adequadamente. “Há uma checagem do status dos hidrantes por meio de um aplicativo, por meio dele traçamos nossos planos de combate. Aqueles que não funcionam, geralmente têm problemas estruturais internamente e, ainda, na parte superior, que é o que vemos nas ruas”.
Os representantes do Corpo de Bombeiros Metropolitano também pontuaram a abertura de uma ação civil pública após o incêndio do Museu da Língua Portuguesa, em 2014, que regeu a abertura de um comitê responsável por fiscalizar a manutenção dos hidrantes em São Paulo. Fazem parte deste grupo de trabalho, o próprio Corpo de Bombeiros, a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), a Prefeitura e a Defesa Civil Municipal.
Segundo explicação do capitão Passos, a corporação faz um ciclo de vistorias para identificar possíveis problemas, como furtos, algo que é recorrente. “A meta é visitar pelo menos uma vez a cada semestre todos os hidrantes. Quanto às responsabilidades, a Sabesp tem que fornecer o sistema para dar vazão e pressurizar a água, enquanto que a Prefeitura responde pela parte visível do hidrante. Nós tivemos que desenvolver um plano de logística para grandes operações visto a falta de suporte. O calcanhar de Aquiles é a qualidade de hidrantes”.
Vereadores
Para o vereador Bombeiro Major Palumbo, autor do pedido de convocação do Corpo de Bombeiros para prestarem esclarecimentos à Comissão, é fundamental se discutir sobre o reabastecimento da matéria-prima utilizada em combates a incêndio. “No meu tempo de bombeiro, eram 120 mil litros de água disponível em caminhões. Os atuais relatos evidenciam a necessidade de uma legislação específica para melhorar o combate a incêndios na cidade. Precisamos ter um investimento, pois não podemos ter dúvidas durante a necessidade de um procedimento para que o serviço seja feito”.
Já o vereador Coronel Salles (PSD) destacou ser delicada a falta de água em situações que demandam urgência. “O bombeiro cumpre seu papel, mas neste caso não podem trabalhar com imprevistos. O aplicativo indica que muitos hidrantes estão inativos e aí a necessidade dos caminhões andarem carregados com muita água, gerando até perigo de tombamento nas ruas. Muitos dos locais são de difícil acesso, também”.
A reunião, que pode ser conferida na íntegra no vídeo abaixo, foi acompanhada pelos parlamentares Bombeiro Major Palumbo (PP) – presidente, Dr. Milton Ferreira (PODE) – vice-presidente, Coronel Salles (PSD) e Dr. Adriano Santos (PT). A Comissão de Segurança Pública ainda confirmou a troca de membros, entrando no colegiado o vereador Dr. Adriano Santos (PT) em vaga deixada pelo vereador João Ananias (PT).