A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) recomendou ao governo federal a revisão nas regras para entrada de viajantes no Brasil, seja por via aérea, terrestre ou hidroviária. Em nota técnica divulgada nesta segunda-feira (28/3) a agência atualizou as recomendações impostas aos viajantes para o enfrentamento da pandemia de Covid-19.
A proposta é que seja suspensa, de forma imediata, a apresentação da DSV (Declaração de Saúde do Viajante) para os viajantes que chegam por via aérea. Outra orientação atualizada, também para o transporte aéreo, é a que indica o fim da exigência de teste de detecção da Covid-19 para pessoas já vacinadas que ingressem no país.
Outra recomendação foi a suspensão da medida de quarentena para viajantes não vacinados vindos do exterior. No transporte aquaviário, a agência propõe a reabertura da fronteira internacional, desde que os passageiros estejam vacinados ou com teste negativo para Covid-19.
De acordo com a agência, deve ser mantida a comprovação de vacinação completa para todos que pretendam ingressar no território nacional. A norma considera a obrigação aos viajantes que estejam aptos a tomar a vacina.
Viajantes não vacinados ou que não estejam completamente vacinados podem apresentar, em substituição ao comprovante de vacinação, resultado negativo para Covid-19 em teste realizado em até um dia antes do embarque ou desembarque no Brasil.
Com exceção da dispensa da DSV, a agência recomenda que todas as outras alterações sejam implementadas preferencialmente a partir de 1º de maio, ficando a cargo do grupo interministerial a avaliação do cenário epidemiológico para definição da data mais adequada para flexibilização das medidas sanitárias.
Mais sobre o novo coronavírus 1
De acordo com o boletim diário mais recente publicado pela Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo sobre a pandemia do novo coronavírus, até esta terça (29/3), a capital paulista totalizava 42.043 vítimas da Covid-19. Havia, ainda, 1.906.459 casos confirmados de infecções pelo novo coronavírus.
Abaixo, gráfico detalhado sobre os índices da Covid-19 na cidade de São Paulo.
Em relação ao sistema público de saúde, os dados mais recentes mostram que a taxa de ocupação de leitos de UTI (Unidade e Terapia Intensiva) destinados ao atendimento de pacientes com Covid-19 na região metropolitana de São Paulo, nesta terça-feira (29/3), é de 28,6%. Já a ocupação de leitos de enfermaria está em 24,7%. No Estado, a taxa de ocupação em UTIs está em 23,3% e em 17,9% em leitos de enfermaria. Os dados são da Secretaria Estadual de Saúde.
Atuação no município
Começou nesta terça-feira (29/3) a aplicação da vacina contra o vírus influenza, causador da gripe, em idosos maiores de 70 anos de idade. Os públicos dessas faixas etárias também estão aptos a receber a quarta dose (segunda dose adicional) da vacina contra a Covid-19, desde que tenham tomado a terceira dose (primeira adicional) há pelo menos quatro meses. Para a imunização, a Secretaria Municipal de Saúde recomenda a apresentação do documento de identificação com foto e carteirinha de vacinação.
Prevista para começar no dia 4 de abril, a vacinação contra o vírus influenza foi antecipada pelo município de São Paulo e segue até 3 de junho em toda a capital. A previsão é de que a partir de 4 de abril comecem a ser vacinados os idosos 60+ e os profissionais de saúde. Em 2021, mais de 5,3 milhões paulistanos foram vacinados contra a gripe.
As vacinas contra Covid-19 e influenza podem ser administradas de forma simultânea na população acima de 12 anos de idade, sem necessidade de intervalo entre as doses. Crianças de 5 a 11 anos deverão aguardar um período de 15 dias entre os dois imunizantes e priorizar a vacinação contra a Covid-19.
Para a imunização, é necessário portar um documento de identificação com foto e carteirinha de vacinação. No caso do público infantil, pais e responsáveis legais devem acompanhar a criança no momento da aplicação, portando também documento de identificação e carteirinha de vacinação. Não existe a necessidade de apresentar o comprovante de residência no ato da vacinação.
A vacina influenza trivalente utilizada no Brasil em 2022 apresenta três tipos de cepas de vírus em combinação e protege contra os subtipos H1N1, H3N2 e linhagem B/Victoria.
A vacinação contra a gripe, assim como a da Covid-19, é realizada em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBSs), Assistências Médicas Ambulatoriais (AMAs)/UBSs Integradas, mega postos e drive-thrus da capital.
Mais sobre o novo coronavírus 2
Uma pesquisa conduzida pela Universidade de Hong Kong mostrou que a dose de reforço da Coronavac tem uma efetividade de 98% para proteger idosos contra casos graves e mortes por Covid-19, mesmo durante o surto da variante Ômicron do SARS-CoV-2. Entre aqueles com mais de 80 anos, a terceira dose protegeu 96,6% contra o mesmo desfecho. O estudo foi publicado no dia 22/3 na plataforma de preprints MedRxiv.
Os cientistas analisaram dados de casos leves e moderados (5.474), casos graves (5.294) e mortes (4.093) relacionados à Covid-19, ocorridos entre dezembro de 2021 e março de 2022, e investigaram a eficácia de duas e três doses da Coronavac e da Pfizer, os imunizantes mais utilizados em Hong Kong. Com duas doses, a Coronavac protegeu 74% dos pacientes maiores de 60 anos contra doença grave e óbito, nível semelhante ao observado na Pfizer. A terceira dose da vacina do Butantan elevou essa proteção para 98%.
Em adultos mais jovens, entre 20 e 59 anos, a proteção com duas doses de Coronavac contra casos graves foi de 91,7% e, contra mortes, 94%. Já com a dose de reforço, o imunizante preveniu a doença grave em 98,5% dos indivíduos (em relação à mortalidade após terceira dose, não foram obtidos dados suficientes para estimativa).
A Ômicron fez a Covid-19 disparar em Hong Kong em janeiro, resultando em 649.454 casos confirmados e quase cinco mil mortes até meados de março. A cobertura vacinal, no entanto, ainda está abaixo do ideal, principalmente no grupo de idosos: 66% das pessoas na faixa etária de 70 a 79 anos e apenas 37% acima de 80 anos receberam as duas doses. Os níveis observados para a terceira dose são ainda mais baixos, com 30% e 10%, respectivamente.
“Nosso estudo ressalta que a terceira dose é importante e deve ser priorizada, principalmente para os idosos, pois fornece uma proteção adicional contra a forma grave da Covid-19”, afirmam os autores no artigo. Eles acrescentam que Hong Kong está reunindo esforços para ampliar a cobertura vacinal nesse público, estendendo o horário de funcionamento das clínicas de imunização e o envio de equipes de vacinação para casas de repouso, conjuntos habitacionais e para pessoas com mobilidade reduzida.
Os resultados de Hong Kong reforçam as descobertas de outros estudos de efetividade feitos no mundo, que comprovam que a Coronavac garante a proteção de idosos.
*Ouça aqui a versão podcast do boletim Coronavírus desta terça-feira
*Este conteúdo e outros conteúdos especiais podem ser conferidos no hotsite Coronavírus