Tem início na próxima segunda-feira (23/8) a vacinação contra a Covid-19 na capital paulista de adolescentes de 12 a 15 anos de idade com deficiência permanente (física, sensorial ou intelectual) ou comorbidades, além de gestantes e puérperas desta faixa etária residentes na cidade. Neste grupo, são esperados 92.868 mil pessoas.
Os jovens devem ser acompanhados pelos pais ou responsável no ato da vacinação. No caso de impossibilidade desse acompanhamento, o adolescente deve ir com um adulto e apresentar autorização assinada por uma dessas pessoas. No caso das grávidas ou puérperas, também é necessário levar um documento médico autorizando a vacinação.
Os adolescentes com deficiência permanente incluem:
1) Limitação motora que cause grande dificuldade ou incapacidade para andar ou subir escadas;
2) Indivíduos com grande dificuldade ou incapacidade de ouvir mesmo com uso de aparelho auditivo;
3) Indivíduos com baixa visão ou cegueira (Considera-se baixa visão ou visão subnormal quando o valor da acuidade visual corrigida no melhor olho é menor do que 0,3 e maior ou igual a 0,05 ou seu campo visual é menor do que 20 graus no melhor olho com a melhor correção óptica – categorias 1 e 2 de graus de comprometimento visual do CID 10. Considera-se cegueira quando esses valores se encontram abaixo de 0,05 ou o campo visual menor do que 10 graus – categorias 3, 4 e 5 do CID 10);
4) Indivíduos com alguma deficiência intelectual permanente que limite as suas atividades habituais.
Já a lista de comorbidades pode ser acessada no site da Secretaria Municipal de Saúde..
Além disso, neste sábado (21/8) será feita a repescagem da vacinação nas 82 AMAs da capital. Acesse a ferramenta Busca Saúde e encontre a unidade mais próxima.
Mais sobre o novo coronavírus 1
A nova edição do Boletim InfoGripe, divulgada na última quarta-feira (18/8), sinaliza que, em nível nacional, os casos de SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave) mantém o cenário de interrupção de queda e de possível retomada de crescimento.
A análise tem como base dados inseridos no Sivep-Gripe (Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe) até 16 de agosto e se refere à Semana epidemiológica 32, que compreende o período de 8 a 14 de agosto.
O indicador de transmissão comunitária do novo coronavírus revela que, além dos sinais claros de interrupção de queda e princípio de crescimento em diversos locais, os valores semanais continuam elevados. Todos os Estados apresentam macrorregiões em nível alto ou superior, sendo que nove Estados e o Distrito Federal contam com macrorregiões em nível extremamente elevado. Os autores do estudo alertam que isso evidencia a necessidade de manutenção de medidas de mitigação da transmissão e proteção à vida.
Diante desse cenário, eles também alertam para a importância de manter cautela em relação a medidas de flexibilização das recomendações de distanciamento para redução da transmissão da Covid-19, enquanto a tendência de queda não tiver sido mantida por tempo suficiente para que o número de novos casos atinja valores significativamente baixos. Os responsáveis pelo levantamento ressaltam que é necessário também reavaliar as medidas de flexibilizações já implementadas nos Estados com sinal de retomada do crescimento ou estabilização ainda em patamares elevados.
Na análise detalhada, o estudo aponta que quatro das 27 unidades federativas apresentam sinal de crescimento na tendência de longo prazo (últimas seis semanas) e apenas cinco apresentam sinal de queda na tendência de longo prazo. Outros 11 Estados observam sinal de crescimento na tendência de curto prazo (últimas três semanas), indicando possível interrupção na tendência de queda. Em São Paulo, verificou-se estabilidade a longo prazo e sinal moderado de crescimento a curto prazo.
Quanto às capitais, seis mostram crescimento na tendência de longo prazo, dentre elas a cidade de São Paulo. Já em oito capitais, foi observado sinal de queda na tendência de longo prazo e, na tendência de curto prazo, cinco apresentam crescimento.
Mais sobre o novo coronavírus 2
Segundo dados mais recentes sobre a pandemia do novo coronavírus publicados pela Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo, nesta sexta (20/8), a capital paulista contabilizava 36.649 vítimas da Covid-19. Havia, ainda, 1.396.172 casos confirmados de infecções pelo novo coronavírus.
Abaixo, gráfico detalhado sobre os índices da Covid-19 na cidade de São Paulo.
Em relação ao sistema público de saúde da região metropolitana de São Paulo, a atualização mais recente destaca que, nesta sexta (20/8), a taxa de ocupação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) destinados a pacientes com Covid-19 é de 39,2%.
Considerado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e autoridades sanitárias a principal forma de contenção da pandemia do novo coronavírus, o isolamento social na cidade de São Paulo, na última quinta (19/8), foi de 36%.
Os dados são do Sistema de Monitoramento Inteligente do Governo de São Paulo, que utiliza dados fornecidos por empresas de telefonia para medir o deslocamento da população e a adesão às medidas estabelecidas pela quarentena no Estado.
Ações e Atitudes
Um estudo prospectivo liderado pela FMUSP (Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo) concluiu que pacientes com DRA (doenças reumáticas autoimunes) apresentaram resposta de anticorpos moderada à Coronavac após tomarem a segunda dose da vacina, resposta essa considerada satisfatória em 70% deles. O imunizante também demonstrou um bom perfil de segurança para este grupo.
O estudo teve como objetivo principal avaliar a imunogenicidade humoral, que é a capacidade de uma substância provocar uma resposta imune com produção de anticorpos pelo paciente. Também se buscou contribuir com mais dados sobre a segurança da vacina no grupo estudado.
De acordo com os autores da pesquisa, pacientes imunocomprometidos estão mais propensos a desenvolverem doenças infecciosas devido à desregulação imunológica e aos regimes de tratamento para as respectivas doenças. Por esses motivos, explicam, é esperada uma ação reduzida da vacina. Dessa forma, quando o trabalho foi iniciado, o intuito era investigar que tipo de dano essa menor proteção poderia causar.
Os voluntários (910 portadores de doenças reumáticas autoimunes e 182 adultos saudáveis, com idade e sexo pareados) receberam as duas doses do imunizante em um intervalo de 28 dias e foram acompanhados por 80 dias por meio de atendimentos presenciais, telefone, mensagens instantânea e e-mail.
Como era esperado pela própria característica da doença, seis semanas após a segunda dose houve menor taxa de soroconversão (geração de anticorpos IgG) no grupo com doença reumática (70%) em comparação com o grupo controle (95%).
A pesquisa apontou ainda que a identificação de anticorpos neutralizantes – capazes de bloquear a entrada do vírus nas células, evitando a replicação viral e o adoecimento -, foi menor nos pacientes portadores de DRA. 56% deles tiveram teste positivo para estes anticorpos, contra 79% daqueles no grupo controle. Um artigo com mais detalhes da pesquisa foi publicado na revista Nature Medicine.
*Ouça aqui a versão podcast do boletim Coronavírus desta sexta-feira
*Este conteúdo e outros conteúdos especiais podem ser conferidos no hotsite Coronavírus