Neste domingo (29/8), a cidade de São Paulo vai realizar a vacinação contra a Covid-19 em sete parques da cidade, das 8h às 17h. Os imunizantes estarão disponíveis para todos os adolescentes de 12 a 17 anos com comorbidades ou deficiência física permanente, além de grávidas e puérperas.
Quem precisar tomar a segunda dose da vacina também poderá procurar um dos postos. A estratégia da Prefeitura é ampliar os locais de vacinação para dar mais opções aos paulistanos nesta fase da campanha contra a Covid-19.
Os parques onde ocorrerá a vacinação são: Parque do Guarapiranga (Zona Sul); Parque do Carmo e Parque Ecológico do Tietê (Zona Leste); Parque Villa-Lobos (Zona Oeste); Parque da Independência (Zona Sudeste); Parque da Juventude (Zona Norte); e Centro Esportivo de Esportes Radicais (região Central).
Importante lembrar que os adolescentes devem ser acompanhados pelos pais ou responsável no ato da vacinação. No caso de impossibilidade desse acompanhamento, é preciso ir com um adulto e apresentar autorização assinada por um responsável.
No ato da vacinação, é obrigatório apresentar documentos pessoais, preferencialmente CPF (Cadastro de Pessoas Físicas) e cartão do SUS (Sistema Único de Saúde). Também é preciso levar um comprovante de endereço da cidade de São Paulo, de forma física ou digital. No caso dos adolescentes são aceitos documentos em nome dos pais.
É necessário ainda o comprovante da deficiência (laudo médico indicando a deficiência; ou cartão de gratuidade no transporte público indicando deficiência ou documentos comprobatórios de atendimento em centros de reabilitação ou unidades especializadas no atendimento de pessoas com deficiência; ou documento oficial de identidade com a indicação da deficiência).
Caso não haja um documento comprobatório, será possível a vacinação a partir da autodeclaração. A pessoa deverá ser informada quanto ao crime de falsidade ideológica (art. 299 do Código Penal). O modelo de autodeclaração pode ser encontrado no neste link.
Mais sobre o novo coronavírus 1
De acordo com o boletim diário mais recente publicado pela Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo sobre a pandemia do novo coronavírus, nesta sexta-feira (27/8), a capital paulista totalizava 36.939 vítimas da Covid-19. Havia, ainda, 1.410.278 casos confirmados de infecções pelo novo coronavírus.
Abaixo, gráfico detalhado sobre os índices da Covid-19 na cidade de São Paulo.
Em relação ao sistema público de saúde, os dados mais recentes mostram que a taxa de ocupação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) destinados ao atendimento de pacientes com Covid-19 na região metropolitana de São Paulo, nesta sexta (27/8), é de 36,3%.
Já na última quinta (26/8), o índice de isolamento social na cidade de São Paulo foi de 36%. A medida é considerada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e autoridades sanitárias a principal forma de contenção da pandemia do novo coronavírus.
A aferição do isolamento é feita pelo Sistema de Monitoramento Inteligente do Governo de São Paulo, que utiliza dados fornecidos por empresas de telefonia para medir o deslocamento da população e a adesão às medidas estabelecidas pela quarentena no Estado.
Mais sobre o novo coronavírus 2
Segundo o Governo do Estado, houve queda de 54% de novos casos de Covid-19 na comparação entre as médias móveis verificadas em 26 de agosto e em 5 de julho, data da primeira confirmação oficial da variante Delta do novo coronavírus em São Paulo.
Como apontam os registros epidemiológicos oficiais, a vacinação em massa prossegue em ritmo acelerado nos 645 municípios paulistas e tem contribuído para a redução dos indicadores da pandemia.
De acordo com boletins divulgados pela Secretaria de Estado da Saúde e Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados), a média móvel de novos casos diários de Covid-19 registrada na última quinta-feira (26/8) foi de 5.853. No dia 5 de julho, sete semanas antes, a média móvel chegou a 12.816 novos casos diários.
Conforme as informações oficiais do Governo do Estado, a Delta ainda não demonstra impacto nos indicadores da Covid-19 em São Paulo, apesar do potencial de maior transmissibilidade em comparação a outras variantes do novo coronavírus. Até a última quarta-feira (25/8), o Centro de Vigilância Epidemiológica estadual havia confirmado 266 casos da variante em todo o Estado.
Mais sobre o novo coronavírus 3
Publicada na última quarta-feira (25/8), a edição extraordinária do Boletim Observatório Covid-19 Fiocruz destaca que na Semana Epidemiológica 33, compreendida entre 15 e 21 de agosto, foi mantida a tendência de queda de indicadores da pandemia.
A análise aponta que, embora o declínio no número absoluto de casos e óbitos seja relevante, há uma estagnação proporcional na melhora para algumas faixas etárias, especialmente os idosos. Roraima é o único Estado com taxa de ocupação de leitos de UTI para adultos no SUS superior a 80%. Quanto às capitais, somente o Rio de Janeiro (96%) e Boa Vista (84%) mantêm-se em nível muito crítico.
Em relação à semana anterior, a média diária da incidência de novos casos aumentou 0,6% e a do número de óbitos reduziu 1,5%. Já a taxa de letalidade da doença caiu de 3% para 2,6%.
O Boletim indica um lento avanço da vacinação, com uma média de um milhão de doses aplicadas por dia – a capacidade do SUS para a distribuição e aplicação de vacinas pode chegar a dois milhões de doses diárias, cifra que foi alcançada algumas vezes.
Os pesquisadores do Observatório ressaltam que, embora alguns Estados estejam iniciando a vacinação em crianças e adolescentes, a prioridade é completar o esquema vacinal da população adulta. A análise defende também um debate técnico sobre alternativas para a aplicação da dose de reforço ou para a combinação de imunizantes em idosos ou imunodeprimidos, desde que estudos apontem essa necessidade.
Eles ainda destacam que, por mais que as vacinas contribuam para a redução de casos graves, internações e óbitos, o surgimento e o espalhamento de novas variantes de preocupação devem manter os serviços de vigilância em saúde em alerta, com amplo uso de testes, detecção de casos, isolamento e quarentena.
Por fim, o texto ressalta que nenhuma vacina disponível é 100% eficaz para impedir ou bloquear a transmissão. Os cientistas do Observatório dizem que, neste contexto, enquanto a pandemia estiver em curso, além da necessidade de ampliar e acelerar a vacinação, é de grande importância para todos, mesmo os que tomaram vacinas, manter medidas como o uso de máscaras e de distanciamento físico.
Mais sobre o novo coronavírus 4
Já a mais recente edição do Boletim InfoGripe da Fiocruz, divulgada na última quinta-feira (26/8), aponta para um sinal de interrupção de queda do número de casos de SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave) e sugere uma possível retomada do crescimento apresentado nas últimas semanas.
Referente à Semana Epidemiológica 33, período compreendido entre 15 e 21 de agosto, a análise tem como base dados inseridos no Sivep-Gripe (Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe) até 23 de agosto. As análises levam em conta o atraso nos registros para estimar o cenário atual da epidemia no país e avaliam os casos por data de início de sintomas, ou seja, antes da internação.
O Boletim mostra que nove unidades da Federação apresentam sinal de crescimento na tendência de longo prazo (últimas seis semanas), entre elas, São Paulo. Apenas quatro Estados têm sinal de queda na tendência de longo prazo e sete Estados apresentam sinal de crescimento apenas na tendência de curto prazo (últimas três semanas).
A análise semanal ainda aponta que todos os Estados apresentam ao menos uma macrorregião de saúde em nível alto ou superior, sendo que nove Estados e o Distrito Federal têm macrorregiões em nível extremamente elevado. Isso evidencia a necessidade de manutenção de medidas de mitigação da transmissão e proteção à vida, como ressaltado em edições anteriores.
Na análise dos pesquisadores, nos Estados em que há sinal de crescimento apenas na tendência de curto prazo, deve-se interpretar como sinalização de possível interrupção de queda, com tendência de crescimento a ser reavaliada nas próximas semanas. Eles pedem cautela em relação a medidas de flexibilização das recomendações de distanciamento para redução da transmissão da Covid-19, enquanto a tendência de queda não tiver sido mantida por tempo suficiente para que o número de novos casos atinja valores significativamente baixos, bem como a necessidade de reavaliação das flexibilizações já implementadas nos Estados com sinal de retomada do crescimento ou estabilização ainda em patamares elevados.
Em relação às capitais, 11 das 27 apresentam sinal de crescimento na tendência de longo prazo (últimas seis semanas), inclusive a cidade de São Paulo. Em cinco delas, há sinal de queda na tendência de longo prazo e outras três capitais apresentam sinal de crescimento na tendência de curto prazo.
Conforme apresentado pelos indicadores de transmissão comunitária, todas as capitais encontram-se em macrorregiões de saúde com nível alto ou superior. Das 27 capitais, 15 integram macrorregiões de saúde em nível alto, cinco em nível muito alto e sete em nível extremamente alto, aí incluída a cidade de São Paulo. Para os autores do estudo, tal situação manterá o número de hospitalizações e óbitos em patamares altos, caso não haja nova mobilização por parte das autoridades e população.
Ações e Atitudes 1
Realizada pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), uma pesquisa inédita mostra que o número de mortes por Covid-19 no Brasil em 2020 foi 18,2% maior do que o registrado. A análise indicou que foram 230.452 óbitos pela doença no ano passado e não 194.949. Os resultados do estudo, financiado pelo Inova Fiocruz (Programa Fiocruz de Fomento à Inovação), serão publicados no painel Monitora Covid-19 da Fiocruz.
Os autores da pesquisa explicam que os dados divulgados anteriormente pelo SIM (Sistema de Informações sobre Mortalidade) do Ministério da Saúde não estavam errados e que a discrepância nos números se deve tanto à demora no registro de óbitos quanto à reclassificação das causas de morte, decorrente da investigação nas esferas municipal, estadual e federal. Eles citam, por exemplo, que os dados utilizados neste trabalho estão acessíveis desde de maio deste ano e não poderiam ter sido consultados antes.
Da mesma forma, os pesquisadores destacam que o Consórcio de Veículos de Imprensa cumpriu um papel fundamental no monitoramento dos números de casos e mortes de Covid-19, trabalhando com as melhores fontes de dados disponíveis no momento.
Um dado que chama atenção na pesquisa da Fiocruz é a distribuição das mortes por tipo de ocupação. Dentre as declarações de óbito que registram essa informação, médicos somam apenas 2% do total de mortes por Covid-19 em 2020.
As ocupações com maior número de mortes foram dos setores de produção de bens e serviços industriais (22%), comércio (19%) e agropecuário, que inclui atividades florestais e pesca (18%). Dentre os profissionais de saúde, 44% eram médicos, 27% enfermeiros, 13% dentistas, 8% farmacêuticos, 5% fisioterapeutas, 3% veterinários, 2% nutricionistas.
Segundo os autores do estudo, os números podem ser ainda mais altos, uma vez que 58,7% das declarações de óbito não registraram o tipo de ocupação. Eles ainda apontam que, em uma análise geral, as categorias profissionais mais afetadas são os chamados serviços essenciais, trabalhadores que não puderam parar, aderir ao home office e manter o isolamento social, o que escancara o peso das desigualdades sociais no cenário da Covid-19.
Outro dado mostra que, em 2020, ocorreram 1.207 óbitos de brasileiros menores de 18 anos por Covid-19. Quase metade (45%) tinha até dois anos de idade; um terço até um ano e 9% eram recém-nascidos (110 bebês com menos de 28 dias de vida).
Conforme alertam os pesquisadores, crianças e adolescentes, que têm melhor prognóstico quando contaminados, mas não estão imunes: eles transmitem, podem adoecer gravemente e até morrer em decorrência da doença. Por conta disso, afirmam, o aumento da cobertura vacinal de adultos tem que avançar mais rapidamente e gestantes e lactantes devem ser prioridade. Contudo, para conter a circulação do vírus e proteger as crianças, o uso de máscaras e o distanciamento social devem continuar mesmo após a vacinação.
Um dos achados da pesquisa mostra que três em cada quatro óbitos por Covid-19 aconteceram em pessoas com mais de 60 anos de idade (175.471 idosos). Nesse grupo, a faixa etária mais afetada foi a de 70 a 79 anos, que concentra 33% dos óbitos de idosos por Covid-19 em 2020. O estudo aponta que, do total de idosos mortos pela Covid-19 no ano passado, 29% tinham entre 60 e 69 anos; 27% de 80 a 89 anos; e 11% mais de 90 anos.
*Ouça aqui a versão podcast do boletim Coronavírus desta sexta-feira
*Este conteúdo e outros conteúdos especiais podem ser conferidos no hotsite Coronavírus