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Covisa não tem estrutura para fiscalizar lavanderias

10 de agosto de 2010 - 02:31

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Juvenal Pereira
CPI Covisa
Paulo Frange e Aurélio Miguel lamentaram a falta de infraestrutura da Covisa

 

Os agentes da Covisa não têm conhecimento técnico para fiscalizar o funcionamento das máquinas das lavanderias a seco. Eles também não fiscalizam a cada três meses as lavanderias que funcionam em shoppings centers nem a cada seis meses as empresas que se localizam em ruas.

As lavanderias a seco utilizam nas lavagens um solvente chamado cloroetileno (TCE), produto que durante o seu uso emana gases cancerígenos. Inalado pode produzir efeitos adversos no sistema nervoso central, fígado e pulmões e batimento anormal do coração, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).

As informações foram dadas pelo presidente da Associação Brasileira de Limpeza a Seco, Nelcindo Antonio do Nascimento, e pelo representante do Sindicato de lavanderias e Similares no município de São Paulo (Sidlav), Edson Di Nardi, que prestaram esclarecimentos, nesta terça-feira (10/08), aos integrantes da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para averiguar e apurar eventual deficiência no desempenho da Coordenação de Vigilância em Saúde (Covisa).
 
Após ouvir os depoimentos, a vereadora Sandra Tadeu (DEM) desabafou: “Nós vereadores precisamos melhorar o orçamento da Covisa, pois ela se encontra desprotegida. E, em consequência, a saúde da população também. Não porque seus técnicos não tenham competência, mas porque não tem infraestrutura suficiente para realizar uma fiscalização adequada”.
 
Contaminação
 
Já o vereador Paulo Frange (PTB) disse que no mundo inteiro já se tratou desse assunto com responsabilidade, mudando o tipo de equipamento de lavagem a redução do produto foi de 70%. "No Brasil, a lei é clara desde 2004 para que os equipamentos sejam herméticos, ou seja, absolutamente fechados para que não contamine o meio ambiente. Isso não vem acontecendo”, disse Frange
 
De acordo com o parlamentar, “o grande problema é quando essas lavanderias estão em ambientes fechados, como shoppings centers – e grande parte delas está ou até mesmo em supermercados. As máquinas deixam vazar esse produto derivado de amônia dentro desse espaço, onde a circulação do ar condicionado é para todos e, portanto, leva risco a terceiros, além do risco que oferece ao operador que nem sempre está paramentado como determina a legislação”.
 
Outro problema são as lavanderias convencionais que utilizam água na lavagem. “Nós não temos segurança de quem é que cuida do efluente, ou seja, da água suja da lavagem que sai dessas lavanderias. Também não temos segurança de onde essa água é tirada. É água da Sabesp ou de poços clandestinos, já que alguns foram notificados pelo Daee e pela Cetesb para serem fechados?”, questionou Paulo Frange.
 
Participaram da reunião os seguintes vereadores: Aurélio Miguel (PR), Paulo Frange (PTB), Jamil Murad (PCdoB), Sandra Tadeu (DEM), Milton Ferreira (PPS), Natalini (PSDB), José Ferreira Zelão (PT) e Police Neto (PSDB).

Imagens para download:
Juvenal Pereira
CPI Covisa
Aurélio Miguel é o presidente da CPI
Juvenal Pereira
CPI Covisa
Integrantes da CPI

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