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Cozinha sobre rodas se populariza entre os paulistanos

7 de fevereiro de 2014 - 15:58
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Sexta-feira, hora do almoço. Em frente à loja de roupas American Apparel, na badalada Oscar Freire, dois chefes de cozinha preparam ao som de uma música dançante, pratos que vão desde sanduíches até massas. Tudo isso dentro de um caminhão da Mercedes Benz equipado com o que uma cozinha industrial deve ter. É o Buzina Food Truck, que está nas ruas de São Paulo desde dezembro.

Em 2013, a Câmara Municipal de São Paulo aprovou um Projeto de Lei (PL) que permite a venda de comida nas ruas da cidade. No final do ano passado, o prefeito Fernando Haddad sancionou o PL e agora os comerciantes podem vender seus alimentos de forma regular desde que tenham a autorização. A nova lei abriu espaço para se investir em food trucks na capital paulista.

Isso aqui era um estacionamento, uma coisa morta. Com o caminhão, se transforma em um espaço legal. Para a nossa loja, dá um movimento interessante e é bom para eles também, comenta Raiana Magalhães, 26, gerente da American Apparel. A loja da grife americana é apenas um dos pontos que o caminhão estaciona, pois a proposta é que ele seja itinerante.

Criado por Jorge Gonzales e Márcio da Silva, o Buzina Food Truck nasceu da vontade dos dois de ter mais contato com o público e de oferecer uma comida artesanal, que preze pelos ingredientes e que tenha um preço acessível ao bolso do consumidor. Gonzales é natural dos Estados Unidos e formou-se em publicidade, mas após cinco anos na área, resolveu se enveredar pelo ramo da gastronomia, do qual sempre gostou. Já Silva, trabalha há mais de 20 anos no ramo de restaurantes, onde desempenhou as mais diversas funções. Ambos viveram por muitos anos na terra do Tio Sam e foi lá que conheceram a cultura food truck.

Queríamos ampliar um pouco o tipo de comida que a gente poderia oferecer e para isso tivemos que seguir as normas da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Santária) para cozinhas industriais, diz.

O caminhão do Buzina é equipado com chapa, fogão, fritadeira, tanque de água limpa e água suja, duas pias e geladeira. Além dos dois chefes, que se revezam na janela, mais dois funcionários trabalham no veículo, sendo um na chapa e outro no caixa. O faturamento da cozinha sobre rodas tem girado nesses primeiros meses em torno de R$ 2.000 nos dias de maior movimento.

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Sempre variado, o cardápio possui de três a quatro opções. O hambúrguer artesanal não pode faltar, e dentre os pratos, há sempre uma massa e uma carne. De acordo com os criadores, o cliente consegue ter uma refeição completa gastando R$ 25 e esse preço faz com que o caminhão seja uma alternativa barata para comer na rua.

Agora é lei

Febre nos Estados Unidos e na Europa, os food trucks passaram a ganhar força após a crise econômica de 2008 que atingiu esses locais. Em cidades como Nova York, por exemplo, é possível encontrar atualmente um caminhão de comida em quase toda esquina. Os alimentos vendidos nas ruas da maior cidade americana vão desde comida chinesa até cupcakes.

De acordo com Gonzales, São Paulo era praticamente a única grande metrópole mundial que não tinha regularizado a comida de rua. Essa regularização é muito boa. Cada estudante de gastronomia que não tem dinheiro para abrir o seu negócio, ou que até já tenha alguns anos de experiência, não precisa gastar milhões em um restaurante para se sustentar. Além disso, a lei vai fazer com que a qualidade da comida de rua seja elevada em todos os sentidos, pois a concorrência vai aumentar, diz.

Assim como o seu sócio, Silva é um entusiasta da nova lei, mas também enxerga alguns problemas. Na cultura food truck, o caminhão não fica parado e a gente tem que ter a liberdade de parar onde quiser. Porém, a nova lei quer que a gente tenha um ponto fixo. Estamos vendo se a prefeitura deixa pelo menos a gente fazer um rodízio em três pontos porque se não é melhor ter uma barraca ou um trailer, o que foge do nosso propósito, que é a cozinha ambulante, afirma. A outra questão que os dois chefes esperam mudança é no que se refere ao CNPJ. O texto determina que cada microempresário tenha apenas um registro. Para Silva, com apenas um caminhão não dá para se sustentar.

Por enquanto, o caminhão tem estacionado em locais privados, mas logo menos deve ir para as ruas, segundo os seus criadores. Há quase dois meses em atividades e recebendo um grande número de mensagens no Facebook solicitando a presença da cozinha ambulante em vários bairros, os dois chefes já conseguem afirmar que a ideia pegou.

O projeto sancionado (PL 311/2013) é de autoria dos vereadores Andrea Matarazzo (PSDB), Marco Aurélio Cunha (PSD), Ricardo Nunes (PMDB), Arselino Tatto (PT),  Floriano Pesaro (PSDB) e Goulart (PSD). (Rafael Carneiro da Cunha)

(7/2/2013 – 13h37)

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