A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que avalia o processo de tombamento do Cine Belas Artes irá estudar a história do Cine Paissandu na cidade do Rio de Janeiro. Segundo o presidente da CPI, Eliseu Gabriel (PSB), o depoimento de pessoas envolvidas no processo de preservação das salas pode apontar um caminho para os trabalhos, a fim de que o mesmo ocorra com o cinema da Rua da Consolação.
Fechado em 2008, o Cine Paissandu também era um espaço voltado à projeção de filmes de arte. Após o Grupo Estação anunciar que não tinha mais condições para manter o local aberto, ele foi tombado como patrimônio cultural da cidade, impedindo que o imóvel venha a ser vendido e utilizado para outros fins.
O estudo do caso do Cine Paissandu como precedente teve o apoio de Afonso Lima, representante do movimento em prol do Belas Artes que participou da reunião da CPI nesta quarta-feira. O Rio de Janeiro está muito à frente de São Paulo na preservação de seus patrimônios. Aqui ainda temos a ideia arcaica do tombamento, afirmou. A principal crítica de Lima diz respeito à filosofia de que tombar é manter paredes, enquanto ele defende a manutenção do patrimônio ligado ao seu uso.
Para o ativista, o tombamento do Cine Belas Artes se justifica por ser um local ligado à cultura paulistana. Faz parte dos nossos hábitos a cinefilia, a educação através do cinema, argumentou. Ele lembrou que mesmo em São Paulo já ocorreram tombamentos semelhantes ao que deveria ocorrer com o cinema, porém acusou o governo municipal de ser esquizofrênico.
O terreiro Axé Ilê Obá (Zona Sul) é tombado sem que exista lá uma parede histórica, observou Afonso. Reconheceram que existe uma cultura e uma atividade que reúne pessoas e será mantida com a preservação do local, completou, defendendo que seja feito algo semelhante com o Cine Belas Artes.
(6/6/2012 – 16h02)