A Comissão Parlamentar de Inquérito que apura a atuação da Coordenadoria de Fiscalização em Saúde (COVISA), nesta terça-feira (25/05), investigou os serviços de enfermagem nas creches. Ouviu a representante do Conselho Regional de Enfermagem (SP), Maria Angélica Rosin, que informou que, por meio da Secretaria Municipal de Educação, o órgão não consegue acompanhar a operacionalização do serviço creche a creche, como seria ideal.
Também revelou que algumas creches não contam com a supervisão de um enfermeiro. “Cabe ao enfermeiro supervisionar e coordenar os serviços de enfermagem. O auxiliar e o técnico de enfermagem só podem trabalhar sob a supervisão do enfermeiro.” O Conselho vem recebendo denúncias telefônicas anônimas de mães.
A CPI veiculou gravações de reportagens, como da TV Câmara São Paulo, sobre creches municipais, como o caso da EMEI Vicente Paulo da Silva, que funciona sob aterro sanitário, com riscos de explosão e transmissão de doenças. Outra reportagem denunciava suposta negligência na CEI Espaço da Comunidade III, na Vila Carrão, em que uma criança desmaiou e chegou sem vida ao hospital. Outra ainda informava a morte de um bebê de sete meses na creche do CEU Butantã. Segundo o vereador Aurélio Miguel (PR), presidente da CPI, o esgoto corre a céu aberto no pátio desta creche.
“A COVISA não é presente nas creches. É uma mera formalidade democrática”, acreditou Rosa Acerba, do Fórum de Educação Infantil.
Antes, a CPI realizou a oitiva do assessor jurídico da Associação Nacional dos Restaurantes, Carlos Augusto Pinto Dias. A entidade conta em seus quadros com 130 associados. “Vários associados são regularmente fiscalizados pela COVISA. Sempre procuramos a COVISA para que seus representantes deem palestras a nossos associados para melhor orientá-los na parte de higiene e manipulação de alimentos”, garantiu.
Hambúrguer
O relator da CPI, vereador Jamil Murad (PCdoB), se assombrou mais uma vez com a quantidade de alimentos vencidos em supermercados e frigoríficos, lembrando que mesmo as grandes redes de restaurantes têm oferecido comida estragada. “Se os fornecedores estão fazendo isso, é porque os restaurantes estão adquirindo”, disse.
Jamil citou denúncia relativa a sorvete vencido servido pela loja de uma grande rede de fast food no Morumbi Shopping. A imprensa já noticiou caso de hambúrgueres vencidos observado na mesma rede de lanchonetes. A vereadora Sandra Tadeu (DEM) quis saber de Dias a procedência da carne dessas grandes redes, se ela era “de primeira ou de segunda”. O depoente não soube informar a origem da carne, no momento.
Compareceram aos depoimentos da 11ª reunião ordinária da CPI os vereadores Aurélio Miguel; Jamil Murad; Milton Ferreira (PPS); José Police Neto (PSDB); Sandra Tadeu; Gilberto Natalini (PSDB); Zelão (PT); e Paulo Frange (PTB).