Lucas Bassi | REDE CÂMARA SP A primeira reunião da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Enel, após sua instalação na Câmara Municipal de São Paulo, aconteceu nesta quinta-feira (16/11) com a aprovação de 14 requerimentos, entre convites, pedido de informações e realização de Audiências Públicas. Também houve acordo para realizar uma diligência à Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo) na próxima semana.
A intenção do colegiado é conversar com os membros da CPI do Legislativo estadual que já investiga a Enel desde maio deste ano, quando foi criada, antes do apagão de 3/11 provocado por fortes ventos na capital paulista.
“Eles estão à nossa frente. Nós abrimos agora porque houve esse desastre na cidade de São Paulo. A Enel deixou milhares de paulistanos sem energia elétrica durante uma semana. A Alesp já vinha percebendo indicativos de queda de qualidade nos serviços da Enel, por isso instalaram a CPI e nós vamos fazer uma visita para saber o que eles já tem de material para que a gente possa pular algumas etapas do nosso trabalho”, explicou o vereador João Jorge (PSDB), presidente da CPI da Enel.
O vereador Jorge Wilson Filho (REPUBLICANOS) aprovou a parceria. “A nossa junção com a Casa Legislativa do Estado é muito importante, afinal são os maiores Legislativos da América Latina, portanto as nossas investigações repercutem pelo país inteiro. Então é importante que a Enel saiba que a gente vai estar trabalhando em conjunto e que a gente vai investigar caso a caso”.
O vereador Milton Ferreira (PODE) informou que antes do apagão a Enel já acumulava mais de 23 mil reclamações de usuários. “Seria importante pedirmos um relatório ao serviço 156 e à ouvidoria da própria Enel para ver se essas pessoas realmente foram atendidas. Tudo o que não tem prevenção está sujeito a piores danos”, sugeriu.
A vereadora Elaine do Quilombo Periférico (PSOL) apresentou oito requerimentos na reunião, sendo dois para realizar Audiências Públicas com o objetivo de coletar relatos de munícipes e comerciantes, microempreendedores e trabalhadores prejudicados pelo apagão. Os demais pedidos da vereadora são de informações, para saber, por exemplo, qual é o quadro de funcionários diretos e terceirizados da Enel e também para convidar um representante do Sindicato dos Eletricitários de São Paulo para ser ouvido na CPI sobre a Enel.
“Pela mídia, soubemos de uma possível redução de 36% no número de funcionários e que isso teria acarretado na queda da qualidade do serviço. Um outro ponto, levantado inclusive pelo próprio sindicato, é que eles estavam apontando desde junho deste ano, que existia a possibilidade de um apagão aqui na cidade de São Paulo, por conta do serviço deficitário da empresa. E um terceiro ponto é que o sindicato diz que há ali uma precarização no trabalho desses eletricitários, onde a maioria recebe menos de dois salários-mínimos. Também que há diferença de tratamento entre os funcionários diretos e os terceirizados e que isso também acarretaria numa dificuldade de prestação de serviços”, pontuou a parlamentar.
O vereador Thammy Miranda (PL) requereu que o presidente da Câmara, vereador Milton Leite (UNIÃO), designe um engenheiro elétrico para dar suporte ao colegiado nas informações técnicas, pediu à Prefeitura dados sobre os prejuízos à cidade e cidadãos e também o envio de convite ao presidente da Enel em São Paulo, Max Xavier Lins, para que venha a uma reunião do colegiado prestar esclarecimentos. “Ele precisa dar satisfação do que está acontecendo, porque o clima vai continuar assim. O normal já não é mais o normal de antes e a gente precisa saber quais são as medidas que eles estão planejando para os próximos eventos que podem vir”, justificou.
Para substituir o vereador Senival Moura (PT) na CPI da Enel, a liderança do PT na Casa apontou a vereadora Luna Zarattini (PT), que aguarda a formalização da substituição. “Eu fui indicada pela bancada do PT para atuar como membro. A indicação vem também no sentido da gente conseguir verificar todos os responsáveis pelo apagão e continuar com esse risco aqui na cidade de São Paulo”, ponderou Luna.
O líder do governo na Casa, vereador Fabio Riva (PSDB), falou sobre a morosidade da concessionária no atendimento. “Vou acrescentar um ponto pelo trabalho que desenvolvo na área habitacional. Nós temos em vários locais da cidade, áreas que estão em fase final de regularização fundiária e que a Enel sequer está fazendo as instalações das energias regulares. Peço que façam requerimento para que a concessionária informe quais são as implantações das novas extensões de rede em loteamentos de interesse social aprovados e que esperam a instalação da energia elétrica”.
Veja a primeira reunião da CPI da Enel completa neste vídeo:
