ELDER FERRARI
DA WEB RÁDIO CÂMARA
Os vereadores da CPI da Feira da Madrugada realizaram, nesta quinta-feira (23/11), mais uma diligência no Amarelão, espaço que vai abrigar provisoriamente os comerciantes para a construção de um shopping popular, no Pátio do Pari, região central de São Paulo.
O Consórcio de Compras S.A., vencedor da licitação para a construção do shopping, que ainda não concluiu as obras desse espaço provisório, espera que a maior parte esteja pronta até o fim do ano, quando deverá acontecer o início da transferência dos permissionários.
O terreno possui o Galpão Amarelo, conhecido por Amarelão, com pouco mais de 1,8 mil boxes de 3 metros quadrados cada, distribuídos em dois andares interligados por escadas e rampas de acesso, e agora já conta também com uma tenda anexa que possui outros 463 boxes.
Foram disponibilizados 14 contêineres com banheiros, que possuem cerca de seis cabines cada um, inclusive com banheiros para cadeirantes. Haverá um centro médico com ambulância e um espaço para os bombeiros.
Também foi construída uma caixa d´água com capacidade para 100 mil litros, sendo 65 mil litros para consumo da Feira e 35 mil litros para o uso em caso de incêndio. Os dois espaços contam com rota de fuga, extintores, hidrantes, iluminação e sinalização de emergência, além de alarmes.
Carmello Moidim Júnior, diretor de operações do Consórcio de Compras S.A., explicou a estimativa de quantos comerciantes essa estrutura provisória vai comportar.
“Em torno de 2,4 mil. Na primeira fase nós vamos ter uns 1,3 mil. Hoje nós temos em torno de 600 contratos celebrados e conforme for existindo a demanda a gente tem como atender.”
Esse terreno onde está o complexo provisório que vai abrigar os comerciantes da Feira da Madrugada, enquanto estiver sendo construído o Shopping Popular, fica ao lado da Avenida do Estado, uma via de grande movimento. Carmello Moidim Júnior disse que os ônibus que trarão os compradores não estacionarão nesse espaço e continuarão a usar o atual estacionamento da Feira da Madrugada que fica do outro lado da linha férrea.
“Nós iremos fazer na parte da frente da Avenida do Estado uma plataforma de desembarque de ônibus, na qual vão entrar de quatro em quatro ou cinco em cinco ônibus. Eles pegarão um voucher para o estacionamento da atual Feira da Madrugada.”
O Consórcio Circuito de Compras S.A. também construiu uma passarela, que está prestes a ser inaugurada, interligando a atual Feira da Madrugada com o terreno que vai abrigar a estrutura provisória. O diretor de operações do Consórcio explicou que a passarela é uma obrigação do contrato de concessão e vai facilitar o acesso dos compradores ao estacionamento.
“Logicamente é um pleito antigo deles, até porque passar por baixo da ponte da linha férrea, na Avenida do Estado, de madrugada, não é nada agradável. A gente sabe de vários incidentes que acontecem.”
O presidente da CPI da Feira da Madrugada, vereador Adilson Amadeu (PTB), entende que houve um avanço muito grande em relação à diligência realizada no dia 5 de outubro, mas acredita que ainda há melhorias que devem ser feitas pelo Consórcio.
“Teve um avanço muito grande: a passarela, os sanitários (…) Mas assessores de alguns vereadores chamaram a atenção para o fraldário, que eu acho que tem que ser feito. E também é necessária a melhoria da chegada dos ônibus pela avenida do Estado. Antes do término do relatório final, nós faremos uma nova vistoria.”
Alguns comerciantes da Feira da Madrugada acompanharam a diligência. Um deles, Ananias Rodrigues, conhecido como Obama Brasil, que possui a TPU (Termo de Permissão de Uso) desde 2007, se mostrou preocupado com a segurança do espaço provisório, principalmente com a tenda.
“Eu acho que os corredores estão muito estreitos, o boxes pequenos, o teto da tenda é de tecido e isso preocupa por causa do risco de incêndio.”
Sobre a segurança do espaço provisório, o diretor de operações do Consórcio de Compras S.A., Carmello Moidim Júnior, disse que o projeto está aprovado pelo Corpo de Bombeiros e a vistoria ainda deve ser realizada.
“Nós temos todo o respaldo técnico necessário, com engenheiros de segurança. O projeto está aprovado pelo Corpo de Bombeiros e a vistoria vai ser feita na semana que vem. E quem vai atestar é quem tem capacidade técnica.”
Já o comerciante Francisco Rodrigues da Graça, que não tem TPU, mas possui o contrato firmado com o Consórcio, se mostrou preocupado com o número insuficiente de vagas para transferir os cerca de quatro mil comerciantes da Feira da Madrugada.
“Nós estamos lutando pelos 1,6 mil permissionários que estão na Feira sem TPU. Nós não vamos abrir mão disso e queremos que esses trabalhadores tenham seu espaço no Amarelão ou dentro da
Amadeu disse que essa questão, do número de comerciantes com direito a ocupar um dos boxes do espaço provisório é complexa, na medida em que existem pessoas com diversos boxes, o que não é permitido.
“A mesma pessoa tem 10 boxes e isso não tem condição. Pelo CNPJ só pode ter um box, então tem um enxerto aí, que vai precisar ser esclarecido. E nós queremos ver com transparência e checar tudo.”