Realizada na manhã desta quinta-feira (2/2), a primeira reunião de 2023 da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Poluição Petroquímica divulgou os dados preliminares da 1ª fase do inquérito diagnóstico epidemiológico realizado pela Secretaria Municipal da Saúde para investigar a incidência de doenças possivelmente relacionadas à poluição petroquímica nos moradores da zona leste da capital, vizinhos ao complexo industrial.
Nesta primeira fase, realizada durante o mês de janeiro, houve a aplicação de um questionário para avaliar casos relatados de Tireoidite de Hashimoto nas regiões de São Rafael, São Mateus e Sapopemba e sua eventual correlação com a poluição ambiental. Para a análise, os questionários foram aplicados em domicílios sorteados aleatoriamente, seguindo a metodologia do estudo. Além de moradores próximos ao polo petroquímico, integram a base amostral residências em regiões distantes, como Jabaquara e Itaim Paulista.
Ao todo, foram ouvidas 3.580 pessoas, sendo 667 da AMA/UBS Jardim São Francisco II e UBS Parque São Rafael; 829 da UBS Jardim Colorado e UBS Rio Claro; 626 da AMA/UBS Jardim das Oliveiras; 753 da UBS Fazenda da Juta I e UBS Fazenda da Juta II; e 705 da AMA/UBS Jardim Americanópolis. Deste total, 660 pessoas (23%) também aceitaram ser encaminhadas para realização de exames e avaliação médica.
Os dados obtidos nessas duas frentes subsidiarão as próximas fases do estudo e auxiliarão a traçar um diagnóstico das doenças incidentes na região vizinha ao polo, além de balizar as próximas ações da CPI da Poluição. “Quando se fala de saúde, é saúde em primeiro lugar. A pessoa precisa ter saúde para levantar da cama e ir trabalhar. Sempre defendemos aqui, desde o primeiro dia, a importância econômica do polo, a geração de empregos e isso é importante para a vida de todos nós. Agora, se existe uma relação direta da doença, que as pessoas e os estudos da dra. Maria Ângela Zaccarelli Marino atestam na região, com a poluição, temos que tomar providências”, destacou o presidente da Comissão, vereador Alessandro Guedes (PT).
“Providências que possam enquadrar dentro da legislação correta o polo petroquímico, para que ele continue tendo a sua importância econômica, mas que não polua a ponto de degradar a saúde das pessoas. Esse é o objetivo. E esse inquérito vai dar um norte que nós precisamos. É o braço científico que nós precisamos como respaldo para falarmos com a justiça, com o MP (Ministério Público), para falarmos com quem for, mas debruçados tecnicamente em um estudo feito pelo município”, completou o vereador, destacando que a realização do inquérito diagnóstico epidemiológico já é um desdobramento das investigações da CPI e resultado direto de uma reunião entre os membros da Comissão, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) e representantes do Executivo.
Também participaram da reunião desta quinta-feira o vice-presidente da CPI da Poluição, vereador Professor Toninho Vespoli (PSOL), o relator dos trabalhos, vereador Marcelo Messias (MDB), a sub-relatora, vereadora Sandra Tadeu (UNIÃO), e o vereador Xexéu Tripoli (PSDB), membro do colegiado. A íntegra da reunião pode ser conferida no vídeo abaixo:
Sobre a CPI
A CPI da Poluição Petroquímica busca investigar denúncias sobre a poluição e a contaminação ambiental no entorno do Polo Petroquímico que supostamente vem prejudicando a saúde de moradores de bairros da zona leste da capital localizados próximos ao Polo.
Denúncias
É importante ressaltar que a CPI da Poluição Petroquímica tem um canal específico para coletar contribuições e manifestações das pessoas que vivem nos bairros do entorno da petroquímica que sofrem consequências da poluição, com o objetivo de subsidiar as investigações da Comissão.
A população pode fazer denúncias sobre a poluição, trazer informações sobre questões de saúde dos moradores dos bairros vizinhos e apresentar sugestões para redução da poluição pelo e-mail cpi-poluicaopetroquimica@saopaulo.sp.leg.br ou neste link.