Representantes de hospitais de diferentes regiões de São Paulo afirmaram nesta quarta-feira (29/4) que não existe um plano de contingência caso falte água no município. Durante reunião da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito), instalada na Câmara para estudar o contrato entre a prefeitura e a Sabesp, os participantes explicaram que a companhia responsável pelo abastecimento fez apenas vistorias técnicas nas instituições.
O gerente executivo de engenharia e infraestrutura do Hospital São Paulo, Carlos Cesar Meireles, contou que a Sabesp fez uma vistoria técnica no início de março para verificar a capacidade de armazenamento de água da instituição. “Na falta de abastecimento, conseguimos ficar por cerca de 24 horas com as nossas reservas”, explicou. “Não temos nenhum plano de contingência previsto pela Sabesp”, acrescentou.
No caso do Hospital Municipal São Luiz Gonzaga, foram adotadas medidas para tentar economizar água. “O nosso prédio tem mais de 100 anos e é difícil implantar medidas radicais por conta da planta. No entanto, terceirizamos a lavanderia, estamos orientando as pessoas e temos um planejamento para substituir as torneiras”, sinalizou o diretor técnico, Guilherme Ribeiro Siepe.
O gerente de engenharia e manutenção do Hospital do Servidor Público Municipal, José Carlos dos Santos Alves, também detalhou as medidas para economizar água. “A redução no consumo foi tanta que conseguimos diminuir o valor da conta paga em mais de meio milhão”, revelou. Ele ainda mostrou-se preocupado pelo fato de não haver um plano de contingência caso falte água. “Temos capacidade de manter a instituição por até oito dias sem abastecimento. No entanto, a Sabesp nos afirmou que enviaria caminhões-pipa para garantir o fornecimento, o que seria um problema, já que consumimos muita água”, declarou.
O presidente da CPI, vereador Laércio Benko (PHS), espera que a Sabesp tome providências para garantir o abastecimento dos hospitais caso falte água na capital paulista. “A companhia precisa criar ramais independente para que os hospitais não fiquem sem o recurso. A CPI vai cobrá-la para ver o que realmente existe de plano de contingência”, disse.
Em resposta ao Portal da Câmara, a assessoria de imprensa da Sabesp afirmou que hospitais, penitenciárias e clínicas de hemodiálise terão atendimento prioritário.
Veja a nota na íntegra:
A Sabesp ressalta que hospitais/prontos socorros, penitenciárias e grandes clínicas de hemodiálise sempre terão atendimento prioritário, de forma que o fornecimento de água seja assegurado. A companhia está realizando obras em 626 pontos da Região Metropolitana de São Paulo para garantir que estes locais não sofram interrupção no abastecimento, no caso de um eventual rodízio.