Fábio Jr. Lazzari/CMSP
Integrantes do Instituto Social Santa Lúcia, organização conveniada com a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS) para realizar abordagem nas ruas, não souberam explicar o motivo de casos de exploração sexual infantil não serem denunciados à polícia.
Os representantes da instituição foram convidados pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Exploração Sexual Infantil da Câmara para investigar locais onde ocorrem esse tipo de violência. O convite aconteceu após os vereadores receberem denúncias da Coordenadoria de Assistência Social (CAS), na última reunião, a respeito de casos de exploração sexual no terminal de cargas Fernão Dias, na Zona Norte, em que nada foi feito.
O gerente geral do Instituto, Vinícius Anechine, afirmou que não sabe nada sobre esse episódio. Nós desconhecemos essa situação. O nosso trabalho é fazer abordagem nas ruas, no entanto, quando vemos casos suspeitos de exploração de menor, encaminhamos aos CRAS (Centro de Referência de Assistência Social), explicou. Segundo Anechine, as regiões onde há suspeitas desses tipos de crime são nas Zonas Norte e Sul da capital.
Para o presidente da CPI, Laércio Benko (PHS), essa situação mostra o quanto foi ruim o trabalho da gestão passada em relação ao tema. A fiscalização realizada entre 2010 e 2012 na região Norte foi dinheiro público jogado fora. Não é possível admitirmos que as entidades responsáveis por trabalhos nas ruas vejam um crime acontecendo e não façam nada. Estamos diante da omissão do poder público, declarou.
Parlamentares querem rever contrato do instituto com a SMADS
A relatora da CPI, vereadora Patrícia Bezerra (PSDB), pediu ao colegiado que seja feito um requerimento para solicitar o contrato da Prefeitura com o Instituto Social Santa Lúcia. Quero saber os custos mensais dessa instituição porque as respostas que ouvimos aqui hoje não nos convenceram, afirmou.
O vereador Ricardo Nunes (PMDB) também ficou decepcionado com as informações da reunião desta quinta. Esperava ter um trabalho mais produtivo, mas o presidente do Instituto [Genário Nascimento Cruz] foi convidado e mandou outras pessoas no lugar dele, e precisávamos ouvi-lo, disse. Temos um grande problema quando uma equipe do Instituto faz uma fiscalização, vê um menor sendo explorado e não faz nada. É dinheiro público sendo usado e ele deve ser bem aplicado. A CPI vai trabalhar firmemente nesse propósito, acrescentou.
(18/4/2013 – 17h05)