A necessidade de mais ações do Poder Público para combater o assédio às mulheres no transporte público foi discutida nesta terça-feira (19/9) pela CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Condição de Vulnerabilidade das Mulheres.
De acordo com a SSP (Secretaria da Segurança Pública), os casos registrados têm aumentado. De janeiro a julho deste ano foram 288 episódios relacionados a abuso sexual nos trens, metrô e ônibus, que incluem capital e região metropolitana. No mesmo período de 2016 foram 240 ocorrências.
Para tentar reduzir esses índices, a ouvidora da SPTrans, Leonara Cartalonel, contou que a empresa aderiu à campanha do Tribunal de Justiça para combater o assédio. “Estamos fazendo campanhas publicitárias, espalhando cartazes e capacitando os profissionais por meio de seminários para eles saberem lidar com essas situações”, disse.
A secretária de Assuntos da Situação da Mulher do Sindicato dos Metroviários, Ana Claudia Borguin, chamou a atenção para a “carência de ações” para combater o assédio no transporte o público. “É uma grande vitória estarmos debatendo o assunto. No metrô e no transporte público em geral, o problema é a falta de funcionários e de treinamento mais especializado para o acolhimento dessas vítimas e a lotação”, argumentou.
A vereadora Sâmia Bomfim (PSOL) achou importante a discussão, mas disse que ainda há muito para se fazer. “Ficou provado que os projetos são insuficientes. Não existe canal previsto para denúncia anônima e acolhimento para as mulheres. No que diz respeito aos transportes por aplicativos não existe nenhum protocolo”, opinou.
A vice-presidente e relatora da CPI, vereadora Soninha (PPS), elogiou a reunião e fez algumas considerações para que o assédio possa ser combatido. “As ações passariam pela capacitação e sensibilização dos trabalhadores. São palavras chave para a prevenção e reação à ocorrência. É fundamental pensarmos nisso para melhorar”, disse.