A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Cantareira, instalada para investigar supostas irregularidades no uso e ocupação do solo da Serra da Cantareira, ouviu nesta terça-feira a diretora do Departamento de Planejamento Ambiental da Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente, Rosélia Ikeda. A representante do Executivo garantiu que obras de compensação ambiental serão feitas na região para amenizar o impacto causado pela construção do Trecho Norte do Rodoanel.
A obra, com 44 quilômetros de rodovia, deve cortar parte da Serra da Cantareira. Para amenizar o impacto ambiental e social, a Desenvolvimento Rodoviário S.A. (Dersa) empresa responsável pelo empreendimento deve construir parques.
“O plano é que sejam construídos 10 parques na borda da Serra para proteger o Parque Estadual da Cantareira”, afirmou Rosélia. Segundo a diretora, a responsabilidade pela autorização da obra é do governo estadual, mas a Prefeitura opina e sugestiona a construção das áreas verdes.
Contrária à construção do Trecho Norte do Rodoanel, Elisa Puterman, integrante da organização não-governamental SOS Cantareira, destacou os impactos negativos da obra. “Mais de 100 nascentes de rios serão afetadas, água que poderia ser captada para uso da população. Isso sem falarmos nos animais e nas mais de 30 mil pessoas que deverão deixar suas casas”, argumentou.
O presidente da CPI, vereador Paulo Frange (PTB), considerou importantes as informações trazidas pela depoente, mas disse que ainda há muito o que ser analisado. “Ainda não tenho convicção de que essa (a obra do Rodoanel) seja a melhor maneira de resolvermos a questão de mobilidade urbana. Não sei se os benefícios para o trânsito compensarão o impacto social e ambiental causado pela obra”, comentou.
O vereador Juscelino Gadelha (PSB) também questionou a especulação imobiliária. Na Zona Norte existem muitos condomínios horizontais, e com a construção desses parques precisamos nos preocupar com a questão da especulação imobiliária, uma vez que ao construir casas próximas a essas áreas verdes podemos prejudicar a flora e a fauna, avaliou.
(29/5/2012 – 17h)
