Richard Lourenço | REDE CÂMARA SP Os integrantes da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) dos Aplicativos aprovaram, por unanimidade, dois requerimentos de intimação para a prestação de depoimentos na próxima terça-feira (3/5). A intimação é para Claudia Woods, CEO da empresa de aluguel de escritórios compartilhados WeWork, e para o sócio proprietário da THL Transportes, Thiago Henrique de Lima. Ambos haviam sido convidados a dar esclarecimentos à CPI nesta terça-feira (26/4), mas não compareceram.
No caso de Claudia Woods, que anteriormente ocupou o cargo de diretora geral da Uber, essa foi a segunda falta à CPI. Porém, desta vez os advogados dela apresentaram um habeas corpus preventivo. Já Thiago Henrique de Lima ligou para a assessoria da CPI ontem para avisar que não viria.
“Esta foi a primeira reunião em que todos faltaram, sendo que temos muitos depoimentos para tomar. Se eles tivessem nos comunicado com antecipação teríamos chamado outros, então para mim é um descaso”, considerou o presidente da CPI, vereador Adilson Amadeu (UNIÃO).
A vereadora Luana Alves (PSOL) lamentou a ausência dos dirigentes das empresas que iriam ser questionados sobre evasão fiscal e precarização das condições de trabalho. “A WeWork é uma empresa de coworking que aluga espaço para a Uber em Osasco, ou seja, ela está profundamente intrincada com a ação da Uber de evasão fiscal. A gente sabe que a Uber tem sedes em São Paulo e saiu da capital deixando de pagar imposto aqui. Já a THL Transportes é o terceirizado do iFood. Quando a empresa de aplicativo terceiriza o serviço para uma operação logística, sabemos que a situação fica ainda mais precária para o trabalhador. Ela não dá garantias, mas exige do trabalhador tudo o que um trabalho formal exige”, explicou Luana.
Outro requerimento aprovado, de autoria do relator da CPI dos Aplicativos, vereador Camilo Cristófaro (PSB), pediu ao presidente da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), Jair de Souza Dias, a explicação por escrito de como a Uber criou uma fila virtual exclusiva no aeroporto de Congonhas sem considerar as leis do trânsito. “Quero deixar claro que não é nada contra os motoristas e sim o aplicativo. Que força é essa da Uber que até no trânsito da cidade eles estão se metendo?”, indagou Camilo.
O vice-presidente da CPI, vereador Marlon Luz (MDB), também criticou a fila virtual criada pela Uber no aeroporto de Congonhas. “A empresa está congestionando o aeroporto, jogando pra dentro de sua estrutura uma concentração de carros acima da suportada”, disse.
Apuração de denúncias de operações anti-sindicais por agências publicitárias
No dia 10 de maio, a CPI dos Aplicativos tem na sua agenda, depoimentos de representantes de agências de publicidade que prestaram serviços anti-sindicais para a iFood. “Isso foi revelado em reportagem feita pela Agência Pública de Jornalismo Investigativo, em que agências de publicidade foram contratadas pelo iFood para fazer uma operação de infiltração na organização de entregadores para desmontar o movimento pelos direitos trabalhistas”, explicou a vereadora Luana Alves.
Os vereadores Dr. Sidney Cruz (SOLIDARIEDADE) e Senival Moura (PT) também participaram da reunião da CPI dos Aplicativos, que pode ser conferida na íntegra no vídeo abaixo:
Parabéns Andrea pela matéria, o texto bem elaborado e o entendimento na leitura ficou ótimo