A CPI do Theatro Municipal ouviu nesta quarta-feira os dois principais acusados no superfaturamento de contratos da entidade e do IBGC (Instituto Brasileiro de Gestão Cultural), que causou prejuízo de R$ 20 milhões aos cofres públicos, segundo o interventor da Fundação Theatro Municipal, Paulo Dallari.
O ex-diretor da Fundação e delator do esquema apurado pela Controladoria Geral do Município e Ministério Público de São Paulo, José Luiz Herência, foi ouvido reservadamente, condição dada para ele depor à CPI.
O relator da CPI do Theatro Municipal, o vereador Alfredinho (PT), revelou que o depoimento de Herência foi esclarecedor.
“Mesmo já tendo acordo de delação, ele trouxe muitas informações que acrescentam à CPI. Nós vamos ouvir as demais pessoas que estão sendo convocadas para poder apurar as informações trazidas por ele hoje, e para que possamos chegar ao final da CPI com um relatório bem feito, apontando propostas de mudanças na gestão do teatro municipal”, disse o vereador.
O ex-diretor do IBGC, Willian Nacked, embora amparado por um habeas corpus que lhe dava o direito de permanecer em silêncio respondeu a alguns questionamentos dos vereadores, mas não concedeu entrevista ao fim da oitiva.
Os vereadores da CPI do Theatro Municipal, baseados nos depoimentos desta quarta-feira,
pretendem intimar para as próximas reuniões o regente titular e diretor artístico do Theatro Municipal, John Neschling, a esposa dele, a escritora Patrícia Melo, e o secretário de Comunicação da Prefeitura, Nunzio Briguglio. O presidente da CPI, vereador Quito Formiga (PSDB), espera mais esclarecimentos com essas intimações, inicialmente previstas para agosto, podendo ser antecipadas:
“Ficou para agosto, mas vamos tentar antecipar para o mês de julho. Ficou decidido entre os vereadores que a CPI vai ter sua continuidade durante o recesso”, disse.