CAROL CÂMARA
DA TV CÂMARA
Representantes das torcidas organizadas do Corinthians, Palmeiras e São Paulo foram ouvidos nesta quarta-feira pela CPI das Torcidas Organizadas da Câmara Municipal. Eles afirmaram aos vereadores que não incentivam a violência e defenderam a criação de uma força tarefa para acabar com o problema.
“Pela falta de prevenção na cidade e no estado de São Paulo é que [a violência] chegou ao ponto que chegou. É necessário fazer uma força tarefa envolvendo todas as partes e aí a gente vai chegar naquele objetivo principal, que é a festa e a paz nos estádios de futebol. Porque a gente não orienta ninguém a agredir ninguém, agredir outro torcedor adversário. O que a torcida gosta mesmo de fazer é a festa, que é proibida nos estádios de futebol”, disse Danilo Zamboni, da Independente.
Segundo o representante da Mancha Verde, a Polícia Militar é avisada sobre o trajeto das organizadas e sobre o número de torcedores que sairão de cada ponto da cidade.
“O mínimo que a Polícia Militar tem que fazer ou que os órgãos competentes de segurança publica tem que fazer é acompanhar esse público. Mas não é acompanhar batendo, como já aconteceu. Vocês avisa para polícia o local e a hora de saída e ela chega lá com 20 viaturas, descendo o pau em todo mundo, e dispersa todo mundo”, disse o presidente de honra da Mancha Verde, Jânio Carvalho Santos.
Segundo os representantes, as próprias torcidas punem os integrantes que praticam atos violentos. “A gente pune, leva para o conselho da torcida e, se for o caso, dá até expulsão. Se a gente identificar um torcedor que seja membro, realmente cadastrado, será automaticamente excluído da torcida”, esclareceu o presidente da Gaviões da Fiel, Rodrigo de Azevedo Lopes da Fonseca.
Para o vereador Conte Lopes, a impunidade é o principal motivo para que os atos de violência continuem ocorrendo entre os torcedores. “Eu sou favorável que aquele que cometer violência no estádio, torcida uniformizada ou não, seja preso pela Policia Militar, autuado em flagrante pelo delegado, denunciado pelo promotor e condenado pelo juiz. Eu duvido que se a gente tivesse umas 200, 300 condenações isso não acabaria isso.”
Os trabalhos da CPI foram prorrogados por mais 120 dias.