ELDER FERRARI
DA WEB RÁDIO CÂMARA
Os integrantes da CPI da Feira da Madrugada fizeram, nesta quinta-feira (5/10), uma diligência no local que vai abrigar provisoriamente os comerciantes para a construção do novo shopping popular de compras na região do Brás, que fica ao lado da atual Feira da Madrugada. A visita foi monitorada pelo diretor comercial do Consórcio de Compras São Paulo S. A., responsável pelo Novo Centro de Comércio Popular, Carmelo Moidim, e pela arquiteta e engenheira de segurança, Giovana Françoso.
O espaço, conhecido como Amarelão, terá um galpão com dois andares com pouco mais de 1,8 mil boxes, cerca de metade em cada andar. Os boxes estão sendo feitos com chapas de metal, com 3 metros quadrados. Além disso, serão construídos mais dois anexos que vão totalizar cerca de 2,5 mil espaços para os comerciantes.
Os responsáveis por monitorar a visita informaram que o Amarelão vai respeitar toda a legislação do Corpo de Bombeiros, com ventilação, rota de fuga, brigadistas, extintores e sinalização.
Carmelo Moidim explicou que o Consórcio de Compras tem a obrigação contratual de atender prioritariamente aqueles que eram permissionários, o que representa pouco mais de 2,3 mil comerciantes.
“Hoje nós estamos trabalhando dentro daquilo que nós chamamos de anexo 8, que são os 2.373 TUPs (Termos de Permissão de Uso). Logicamente que existe um pleito da CPI para acomodar todo mundo e vamos tentar fazer isso da melhor forma. O Novo Centro Popular terá 4.020 boxes e 887 lojas.”
Sobre a acomodação provisória dos comerciantes, o relator da CPI da Feira da Madrugada, Camilo Cristófaro (PSB), confirmou que já há um acordo para a acomodação de todos os cadastrados, ou seja, os que têm TPUs e os que não têm, mas firmaram contrato com o Consórcio.
“Tem 4 mil pessoas cadastradas. Nós queremos a acomodação dessas 4 mil pessoas. É o que está acertado com o Consórcio.”
O comerciante Alex Omar Cabral, que não tem o TPU, mas está com contrato firmado com o Consórcio, diz que paga mais do que os permissionários para se manter na Feira da Madrugada.
“O permissionário está pagando R$ 956. Nós que não temos o TPU pagamos de R$ 1.256 a R$ 1.280.”
O também comerciante da Feira da Madrugada, Fernando José Cícero da Silva, está insatisfeito com a construção do Amarelão e reclamou, principalmente, do tamanho dos boxes, que serão de 3 metros quadrados.
“Os nossos boxes aqui são de 1,60 metros por 2. Lá não cabe ninguém. Tudo o que esse Consórcio falou para os vereadores não é a verdade e o que eles estão fazendo é um absurdo.”
Depois da visita ao Amarelão, o vereador Camilo Cristófaro disse que de acordo com os representantes do Consórcio de Compras haverá um espaço digno para os comerciantes.
“Nós estamos com todas as plantas, das escadarias às rotas de fuga, e o sistema do telhado, que é de canaletões de cimento, esquenta muito o ambiente, mas prometeram colocar um sistema de exaustores e ventiladores no prédio. Sendo assim nos agrada temporariamente, vamos ver o que vai acontecer.”
O presidente da CPI da Feira da Madrugada, Adilson Amadeu (PTB), disse que o objetivo da diligência foi averiguar se haverá segurança para a adaptação que está sendo feita pelo Consórcio para abrigar os permissionários que tem os TPUs e também os que têm contrato firmado, o que totaliza pouco mais de 4 mil trabalhadores.
Amadeu ainda informou que a CPI pediu uma série de informações sobre as adaptações que o Consórcio pretende fazer para receber os comerciantes e revelou que a Secretaria Municipal das Subprefeituras assumirá a responsabilidade de acompanhar a Feira da Madrugada.
“Estamos pedindo as informações e o Consórcio terá de oferecer em 15 dias. Quem vai começar cuidar da Feira da Madrugada, depois da CPI, será a Secretaria Municipal das Prefeituras Regionais, com o secretário Bruno Covas. Estou dando essa informação em primeira mão e deve sair um decreto nos próximos dias.”
Essas adaptações incluem 11 famílias que ocupam há 8 anos, com barracos, o terreno onde está sendo construído o Amarelão. Em princípio, elas serão transferidas para conteineres em um outro espaço do mesmo terreno.
A expectativa do Consórcio de Compras São Paulo S. A. é que todo o espaço provisório que vai receber os comerciantes da Feira da Madrugada esteja pronto dentro dos próximos 30 a 45 dias e que toda a transferência ocorra até o fim do ano. O diretor comercial da concessionária responsável pelo Novo Centro de Comércio Popular, Carmelo Moidim, declarou que a obra deverá ter duração de 24 meses e ser entregue no final de 2019.
Tenho conhecimento que a justiça federal não vai permitir essa obra do circuito de compras. E que o contrato entre a união e a prefeitura foi anulado portanto o consórcio não tem mais direito no terreno.
Bom dia a tds. Meu nome é Eduardo Guimarães, não tenho TPU mas tenho contrato com o consórcio e tds nos que encontramos nessa situação gostaríamos de saber o que vai acontecer conosco, pois a feira está abandonada não está havendo nenhuma divulgação da feira em nível nacional, então não estamos conseguindo vender o suficiente para pagar o aluguel do box, então quase tds estão inadimplentes com os aluguéis que é um absurdo de caro pelo o movimento da feira, acho que essa transferência dos feirantes é uma maneira de desocupar o espaço, onde tds nos vamos ficar sem nosso ganha pão sem trabalhar sem poder sustentar nossas família vai ser mais 4.000 família sem trabalho renda familiar. O consórcio vai vender todo o espaço para os Chineses e nos brasileiros vamos ficar chupando o dedo pra não morrer de fome.
Não queremos shopping no lugar da nossa feira popular da madrugada, esse espaço é nosso por direito não vamos entregar para os Chineses.