Imaizumi / CMSP
Representantes da Coordenadoria de Assistência Social (CAS) da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS) revelaram nesta quinta-feira (4) que equipes de vistoria já presenciaram casos de exploração sexual infantil no terminal de cargas Fernão Dias, na Zona Norte de São Paulo. Existem muitos problemas próximos ao terminal, como exploração infantil, drogas, prostituição e roubo”, afirmou a supervisora de assistência social da CAS Norte, Iria Pinto.
As declarações aconteceram durante a reunião da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Exploração Sexual Infantil instalada na Câmara Municipal para investigar os locais onde ocorre esse tipo de violência contra menores.
A supervisora da CAS Norte revelou que os casos de exploração sexual acontecem, mas em muitos casos são difíceis de comprovar. “Em uma das vistorias das equipes da Atenção Urbana foi presenciado um caminhoneiro com uma pessoa que aparentava ser menor de idade, disse. Segundo ela, é necessário um trabalho conjunto para acabar com esse problema.
Para a relatora da CPI, vereador Patrícia Bezerra (PSDB), é um absurdo que governo e população tenham consciência desta situação e nada ainda tenha sido feito até agora.
Diante das informações, o presidente do colegiado, vereador Laércio Benko (PHS), afirmou que pretende levar essa informação ao Executivo. Assim que receber a ata dessa reunião vamos procurar a secretária (Luciana Temer) para falar sobre esse assunto. Não espero que um assistente social ou qualquer outra pessoa enfrente quem está cometendo o crime, mas é necessário que se faça a denúncia. Todos tem a obrigação de denunciar, adiantou.
A técnica da Proteção Especial da SMADS, Fabiana Gouveia Pereira, explicou que a obrigação da pasta é promover ações de prevenção. Desenvolvemos um trabalho para conscientizar a população para a prevenção e também fazemos o atendimento das pessoas, disse. No entanto, Fabiana ressaltou a dificuldade de comprovar os casos de exploração infantil. Apenas situações de abuso é que chegam até a rede e é difícil identificar a exploração sexual, acrescentou.
Segundo as convidadas, além do Terminal Fernão Dias, existem áreas próximas ao Fórum João Mendes, no Centro, Ceagesp, na zona Oeste, e próximo ao futuro Estádio do Corinthians, na zona Leste, onde também acontecem casos de exploração sexual infantil.
O vereador Coronel Camilo (PSD) afirmou que os policiais não tomam atitude porque não existe denúncia. Os policias civil e militar nem sempre recebem as informações sobre o que está acontecendo e quando sabem de algo e vão investigar, as pessoas ficam com medo e não relatam o que sabem, explicou. A população precisa procurar essa CPI ou ligar para o Disque 181 ou 100 e dar detalhes do que viram. Não podemos ser indiferentes a esse tipo de situação. Exploração sexual infantil é crime e deve ser combatido, disse.
A presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA), Solange Agda da Cruz, deu explicações sobre as ações do grupo para acabar com a exploração sexual infantil. O nosso trabalho é fazer a prevenção e discutir os problemas enfrentados por esses jovens, afirmou.
(04/04/2013 17h31)