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CPI: tráfico de menores do Pará para SP será investigado

6 de junho de 2013 - 21:00

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A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Exploração Sexual Infantil – instalada na Câmara Municipal para investigar violência contra menores buscará mais informações sobre possíveis casos de adolescentes que estariam sendo traficados do Pará para São Paulo para se prostituírem.

A decisão surgiu após o depoimento do delegado titular da 1ª Delegacia de Polícia de Repressão aos Crimes Contra a Liberdade Pessoal, César Camargo, nesta quinta-feira, na CPI. De acordo com ele, principalmente travestis estão sendo traficados para a capital paulista. Muitos jovens acabam vindo até mesmo conscientes que serão explorados. Eles chegam com diversas intenções, como colocar prótese. No entanto, eles não imaginam que depois se tornarão reféns das pessoas que os trouxeram, alertou.

O presidente da CPI, vereador Laércio Benko (PHS), afirmou que essa situação precisa ser averiguada. Hoje descobrimos que está acontecendo esse tráfico de pessoas para São Paulo e provavelmente menores estão passando por isso também. Precisamos apurar isso e verificar se esses adolescentes estão sendo explorados, adiantou.

Ainda nesta terça-feira, o coordenador operacional da Polícia Militar, coronel Sérgio de Souza Merlo, destacou que nas imediações do Ceagesp, na zona Oeste, e do futuro Estádio do Corinthians,  na zona Leste, são locais onde mais acontecem crimes de exploração de menores. É difícil identificar os casos porque tudo acontece na clandestinidade e as denúncias não chegam até nós. No entanto, nos locais que sabemos onde isso pode acontecer, intensificamos o policiamento, explicou.

Instituto Santa Lúcia

O presidente do Instituto Social Santa Lúcia, Genário Nascimento Cruz, também participou da reunião desta terça-feira da CPI. Ele foi convidado após os vereadores receberem denúncias da Coordenadoria de Assistência Social (CAS) a respeito de casos de exploração sexual no terminal de cargas Fernão Dias, na Zona Norte, quando funcionários teriam presenciado o crime e não teriam feito nada.

Nós fazemos um diagnóstico do território e quando identificamos possíveis casos de exploração sexual infantil encaminhamos para o conselho tutelar. Se o menor estiver realmente sendo explorado, a orientação é para chamarmos a polícia, explicou. O Instituto Social Santa Lúcia não pode se responsabilizar se alguém veio até a CPI e afirmou que viu um caso de abuso de menor e não fez nada, disse.

As explicações de Cruz, afirmou a vereadora Patrícia Bezerra (PSDB), não foram satisfatórias. Se a funcionária suspeitou de que uma menor estava sendo explorada dentro de um caminhão, essa pessoa deveria ter chamado a polícia. Não estou satisfeita com as respostas, sinalizou.

CPI

Os vereadores da CPI da Exploração Sexual Infantil aprovaram nesta quinta-feira um requerimento para que os trabalhos do colegiado sejam prorrogados por mais 120 dias. O documento ainda será analisado em Plenário. Se aprovado, os trabalhos serão realizados até dezembro.

Os depoimentos estão contribuindo muito para nossos trabalhos e já pudemos identificar algumas falhas como, por exemplo, o fato de os agentes públicos não terem uma integração para atuar com esse tipo de crime. Queremos prorrogar os nossos trabalhos para fazermos vistorias externas e, quando concluirmos nossos trabalhos, podermos pensar em políticas públicas para acabar com essa exploração, sinalizou Benko.

(06/06/2013 17h57)

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