RENATA AFONSO
DA TV CÂMARA
A Subcomissão sobre Políticas de Drogas Envolvendo Cenas de Uso na Cidade de São Paulo realizou, nesta quinta-feira (26/10), uma reunião para debater o assunto, que é visível a qualquer paulistano. A Câmara Municipal recebeu o psicólogo Thiago Calil, membro de uma ONG que trabalha com dependentes químicos.
Segundo o especialista, outras regiões da cidade têm registrado o que ele chama de “cenas de uso de crack”, conforme relatou. “Chamar todas as cenas de uso público de Cracolândia não sei se é o caminho, mas têm cenas de consumo aparecendo em outras regiões da cidade. Eu tenho contato com as equipes da assistência social que trabalham em Cidade Tiradentes”, disse.
De acordo com ele, essas equipes da Prefeitura têm acesso a uma população que vive na região de mata do distrito. Ainda segundo ele, é possível ver usuários do narcótico em bairros como a Lapa, na zona oeste, na Vila Mariana, na zona sul, e em Santana, na zona norte.
Os participantes da reunião compartilharam experiências com a situação. A psicóloga Maria Angélica de Castro Comis, por exemplo, esteve na cidade de Nova Iorque, nos EUA. Ela contou como a metrópole trata o assunto.
“Nós encontramos muitos centros de convivência em que os usuários podem passar o dia, se alimentar, e tomar banho”. Em relação ao uso de drogas, eles têm uma atuação muito mais próxima do que a própria polícia, com um pouco mais de tolerância. Eles discutem com os usuários esse uso”, afirmou. A especialista disse que as equipes também encaminham os dependentes para centros de convivência.
A vereadora Patrícia Bezerra (PSDB), ex-secretária municipal de Direitos Humanos e Cidadania da atual gestão, é a presidente da Subcomissão. Ela adiantou que outras situações serão compartilhadas nas próximas reuniões.
“Tem gente que vai falar da sua própria experiência. Queremos ouvir moradores de rua, pessoas também em situação de rua que foram usuários de álcool, de crack, de outros tipos de substâncias utilizadas no centro de São Paulo”, afirmou.
A parlamentar também afirmou que o Colegiado deve ouvir instituições de referência. O objetivo, afirmou a tucana, é construir uma política pública. “Tudo que foi até hoje colocado teve a sua importância, mas ainda está incipiente.”