André Bueno/CMSP As três décadas do Cursinho da Poli foram comemoradas nesta terça-feira na Câmara
Criado em 1987 por um grupo de estudantes de Engenharia da Escola Politécnica da USP (Universidade de São Paulo), o ‘Cursinho da Poli’, como é chamado, surgiu com a proposta de dar oportunidade de acesso ao ensino superior a pessoas em situação de vulnerabilidade.
Hoje, 30 anos depois, o projeto abrange três unidades (Lapa, Santo Amaro e Itaquera). Juntas elas já atenderam mais de 160 mil alunos, a maioria do ensino público. O resultado é de mais de 60% de aprovação nas principais universidades do Brasil.
As três décadas do Cursinho da Poli foram comemoradas nesta terça-feira (24/10) na Câmara Municipal de São Paulo. A instituição foi homenageada com uma Salva de Prata pelos serviços prestados à sociedade paulistana.
André Bueno/CMSP Alfredinho
A iniciativa foi do vereador Alfredinho (PT). O parlamentar destacou o viés social do projeto, por meio de mensalidades mais baixas, para quem pode pagar, ou bolsas integrais para jovens de famílias carentes.
“Estamos reconhecendo aqui uma organização que prioriza esse trabalho de preparar jovens de famílias de baixa renda para a Universidade. Então é uma homenagem justa. São cerca de 6 mil alunos formados por ano e eu entendo que nossa cidade precisa conhecer mais esse tipo de iniciativa”, disse o parlamentar.
As palavras do petista foram confirmadas por Lucas dos Santos Gandolfi. O estudante do terceiro ano de medicina da USP foi bolsista do Cursinho. E para ele, as aulas foram além da preparação para o vestibular.
“Tenho muito orgulho de ter sido aluno, sobretudo porque o Cursinho não forma somente alunos para entrar na faculdade, mas ajuda o estudante a ter um senso crítico, cidadão e coletivo. As aulas também são muito boas e permitem que as pessoas aprendam não porque são obrigadas, mas porque gostam”.
De acordo com o diretor do Cursinho da Poli, Gilberto Alvarez, também são oferecidas oficinas pedagógicas e culturais: palestras e debates, além de atividades científicas, artísticas e sociais. O objetivo é suprir possíveis deficiências da formação escolar e agregar mais cultura aos estudantes.
“O Cursinho da Poli sempre lutou pela democratização da educação. Desde o início, quando nascemos dentro dos muros da USP, sempre tivemos esse objetivo de fazer com que os alunos de escolas públicas, principalmente os de periferia, pudessem entrar numa universidade gratuita de qualidade e que também conseguissem sua inserção no mercado de trabalho”.
A solenidade, no Salão Nobre da Câmara, contou com a participação do deputado estadual Teonilio Barba (PT). “Não é só um curso pré-vestibular. É um curso que prepara como cidadão, para ter massa crítica e discuta os problemas da sociedade, sejam locais, regionais ou nacionais”.
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