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David Braga Jr. aponta desafios da Saúde e critica cobertura da mídia

17 de março de 2014 - 16:47

NH Photos/Nivaldo Silva
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O médico David Braga Júnior, consultor da OPAS (Organização Panamericana de Saúde), da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) e do Ministério da Saúde, falou sobre os atuais desafios do Brasil na Saúde aos estudantes do 7º Curso Descobrir São Paulo – Descobrir-se Repórter. A iniciativa integra o Projeto Repórter do Futuro .

Durante quase duas horas, Braga apresentou, no sábado (15/3), o conceito de atenção primária à saúde das origens, no pós 2ª Guerra  Mundial (1939-1945) à criação do SUS (Sistema Único de Saúde), em 1990 e abordou as questões que precisam ser superadas pelo poder público na busca de efetividade, eficácia e equidade para estender o atendimento a todas as pessoas.

“O envelhecimento da população é um dos problemas que o Brasil tem de enfrentar imediatamente, devido ao impacto que a diminuição dos jovens terá na sustentação do modelo de previdência”, disse David Braga Júnior. “Com o estreitamento da base da pirâmide da população com menos de 30 anos e o alargamento da quantidade de idosos, acima de 65 anos, a pressão dos gastos com aposentadoria, somada ao aumento da expectativa de vida do brasileiro, tornarão inviável para o Estado pagar aposentadorias seguindo o atual modelo.”

Defesa do SUS e crítica à cobertura da mídia

O SUS foi outro tema abordado pelo médico, que também atuou na gestão pública como secretário de Saúde e diretor de Planejamento e Gestão de Campinas e Indaiatuba, cidades do interior paulista. “Quem critica o SUS deveria lembrar que o Brasil saltou da expectativa de vida de 45 anos nos anos 1950 para os atuais 74,6 anos. Em menos de seis décadas tivemos uma melhoria de 60,32% nesse indicador.” Em 1990, ano em foi realizado Censo pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e criado o SUS, a esperança de vida era de 66,9 anos. Em uma década, o brasileiro ganhou quase oito anos a mais de vida.

“Sem a universalização da saúde, isso não teria acontecido. Imaginemos o que aconteceria se o SUS desaparecesse: imediatamente milhares de pessoas seriam jogadas nas ruas, sem atendimento. Um país cuja constituição reconhece todos como cidadãos com direitos, é responsabilidade dos governos e da sociedade proteger o exercício do direito de acesso aos serviços de saúde à população pobre”, disse Braga.

David Braga Júnior considera que os meios de comunicação tradicionais adotam uma cobertura errada nos temas ligados à área da saúde. “Muitas reportagens depreciam os serviços públicos por ignorância ou má fé. Faltam repórteres que conheçam a fundo as políticas públicas e que se disponham a ir aos bairros da periferia para ver de perto, por exemplo, trabalhos como o realizado pelo Programa Saúde da Família, que utiliza equipes multidisciplinares para atender a população. O programa vem obtendo resultados importantes.”

Ele também citou o tratamento dado pela grande imprensa ao Programa Mais Médicos, que prevê a contratação de médicos estrangeiros para trabalhar em municípios nos quais os médicos brasileiros não querem atuar, particularmente os cubanos como exemplo de cobertura com foco errado. “Em vez de discutir o tipo de formação que nossos médicos vêm recebendo, mercantilista e descompromissado com o interesse público, a mídia ecoa o preconceito das elites contra os pobres. Se médicos brasileiros se negam a trabalhar em áreas miseráveis, o governo deveria deixar quem não pode pagar plano de saúde morrer?”

Sobre o curso

O curso Descobrir São Paulo – Descobrir-se Repórter, de complementacão universitária em jornalismo, é gratuito, e realizado em parceria pela Escola do Parlamento da Câmara Municipal de São Paulo, OBORÉ Projetos Especiais e Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo). Conta com o apoio das coordenações dos principais cursos de jornalismo da cidade de São Paulo. Também apoiam a iniciativa SINPRO/SP (Sindicato dos Professores de São Paulo), Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo, Cátedra UNESCO de Comunicação, Hospital Premier/MAIS Modelo de Atenção Integral à Saúde, NH Photos/Nivaldo Silva, IPFD Instituto de Pesquisa, Formação e Difusão em Políticas Públicas e Sociais, além das revistas Samuel, Brasil Atual, Caros Amigos, Fórum, Imprensa, Le Monde Diplomatique Brasil, Piauí e do blog O Xis da Questão Mídia, Jornalismo e Atualidade, do professor Manuel Carlos Chaparro.

Leia Também:

– Presença de médico é mais importante que equipamento, diz especialista

(17/3/2014 – 13h30)

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