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Debate sobre prevenção ao suicídio é tema de debate na Câmara

Por: - DA REDAÇÃO

11 de setembro de 2017 - 17:11

André Bueno/CMSP

O Setembro Amarelo e o combate ao suicídio foram temas de debate na Câmara

O setembro amarelo foi instituído para conscientizar a população sobre a prevenção do suicídio e alertá-la sobre os altos índices no Brasil, que ocupa a 8ª posição em número de casos no mundo. Para discutir o assunto e a necessidade de mais ações do poder público, a Câmara Municipal de São Paulo recebeu nesta segunda-feira (11/9) um debate sobre o tema.

De acordo com a psiquiatra e integrante da Abrata (Associação Brasileira de Familiares, Amigos e Portadores de Transtornos Afetivos), Alexandrina Meleiro, o suicídio é um “problema de saúde pública” e o assunto precisa de “mais atenção”. “É necessário que exista mais participação das esferas municipal, estadual e federal porque as pessoas passam por dificuldades e não encontram assistência”, argumentou.

Para tentar resolver esse gargalo, o vereador Jose Police Neto (PSD) apresentou o Projeto de Lei (PL) 429/2016 para instituir no calendário oficial da cidade o “Mês do Setembro Amarelo” para que a Prefeitura realize atividades que possam valorizar e sensibilizar a população a respeito da importância da vida e prevenir a ocorrência de suicídios.

“Queremos trazer para dentro da política pública um diálogo sobre os transtornos. Se temos um problema, precisamos buscar soluções. É necessário que São Paulo tenha uma legislação moderna e traga elementos fundamentais para o conhecimento de transtornos que podem levar ao suicídio. O nosso esforço é para dar visibilidade para a valorização da vida”, disse.

A presidente da Abrata, Neila Campos, comentou a importância do Projeto e de o debate ser realizado na Câmara. “Várias associações se reuniram para que essa medida seja aprovada e a Prefeitura trabalhe divulgando ações do Setembro Amarelo. É essencial que o poder público esteja junto porque não podemos deixar de debater o assunto”, argumentou.

Durante o debate, alguns sinais de alerta para a possibilidade de suicídio foram apresentados pelos profissionais. “Mudança de comportamento, não se achar importante, deixar de fazer as atividades que fazia, e traços depressivos”, disse Alexandrina.

Ao identificar essas características em alguém, orientou a psiquiatra, é necessário buscar uma aproximação. “As pessoas acham que não é bom tocar no assunto. Pelo contrário, é fundamental tentar o diálogo e procurar ajuda profissional”, esclareceu.

O suicídio entre jovens foi mais um dos temas debatidos. De acordo com o Mapa da Violência, a taxa na população de 15 a 29 anos subiu 10% de 2002 a 2014, chegando a 5,6 por 100 mil habitantes. “Os pais devem ficar atentos a mudanças de comportamento porque nessa idade eles estão suscetíveis a situações como término de relacionamento e pressão por conta do vestibular”, explicou a psiquiatra e integrante do conselho científico da Abrata, Sonia Palma.

O vereador José Police Neto considerou importante o debate. “Estamos trabalhando com professores, associações e médicos para que a discussão ocorra e os que estão com algum problema saibam a importância de admitir e reconhecer o problema para buscar a solução”, disse.

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