O coordenador geral da Defesa Civil municipal, coronel Jair Paca de Lima, prestou depoimento nesta quarta-feira à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instalada na Câmara Municipal para investigar os casos de incêndios ocorridos em favelas de São Paulo.
Durante sua fala, Paca de Lima destacou o Programa de Prevenção contra Incêndios em Favelas, chamado de Previn. Criado em 2010 pela Prefeitura a partir de um projeto de lei aprovado pela Câmara Municipal, a iniciativa foi implantada em 50 das 1.616 comunidades existentes na capital paulista.
“Esse trabalho é feito pela Coordenação das Subprefeituras, pelo Corpo de Bombeiro e pela Defesa Civil. Nós treinamos uma pessoa, o zelador, para que ele esteja preparado para orientar e ajudar as pessoas caso necessitem ser retiradas dos locais”, explicou o coronel. “O Previn ainda oferece equipamentos como capacetes, roupas especiais e extintores”, acrescentou.
Sobre a grande frequência de incêndios em favelas, Paca de Lima atribuiu as ocorrências à baixa umidade do ar, ao calor, à sobrecarga de energia, a acidentes domésticos e a ações criminosas. “Sabemos que esses são os principais motivos para começar um incêndio. No entanto, é difícil afirmar o que de fato causou o problema, porque precisamos modificar o local quando estamos procurando pessoas desaparecidas, e isso interfere no trabalho da Polícia Técnico-Científica”, explicou.
Ainda durante seu depoimento, Paca de Lima afirmou que “a solução definitiva para acabar com o problema seria colocar toda a população em moradias adequadas”.
Presente na reunião, o morador da Favela do Moinho, localizada na região central de São Paulo, Francisco Miranda reclamou da falta de hidrantes próximos às comunidades. O incêndio que aconteceu em dezembro do ano passado foi o que mais prejudicou os moradores até hoje. Não temos nenhuma estrutura da Prefeitura para ajudar a combater o fogo, disse.
Para o presidente da CPI, vereador Ricardo Teixeira (PV), o depoimento de Paca de Lima foi importante para definir as próximas ações da comissão. Vamos ouvir as subprefeituras para saber o motivo de o Previn ter sido implantado apenas em 50 favelas, adiantou.
(12/9/2012 – 15h47)