O preconceito – discreto, muitas vezes – é ainda um dos grandes desafios para que as mulheres alcancem seu empoderamento e assumam as mesmas funções que os homens, recebendo o mesmo salário e não sendo vítimas de assédio. Esse foi o tema de um debate realizado nesta sexta-feira (1/9) na Câmara Municipal de São Paulo.
Produtora e apresentadora, Darci Martins fez uma palestra sobre os avanços que a sociedade teve e os desafios que estão presentes. “Desde que passamos a ter o direito ao voto estamos tentando virar a página. Hoje, a mulher não é medrosa. No entanto, certas discriminações, como diferença salarial, precisam mudar”, argumentou.
De acordo com dados da Síntese de Indicadores Sociais do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o rendimento das mulheres equivalia 76% do dos homens em 2015. O estudo ainda revela que a diferença é maior em cargos de gerência ou direção.
Para tentar melhorar esses dados, Ana Regina Setti chamou a atenção para a necessidade de as mulheres reconhecerem seus valores. “O mercado em que atuo é muito masculino e aprendi que é possível continuar sendo feminina e bonita sem sofrer o assédio. Para isso, basta você ser feliz com a sua imagem e se aceitar”, disse a dona da editora Setti – especializada no segmento de segurança.
A vice-presidente da Apamec (Associação Paulista dos Mediadores e Conciliadores do Estado de São Paulo), Natalia Omori de Almeida, lembrou que muitas mulheres estão agindo com “características masculinas” na tentativa de se destacarem no mercado de trabalho. “Para atingir o mesmo cargo não é preciso ter o mesmo perfil dos homens. As mulheres podem continuar sendo femininas”, argumentou.
A integrante do Movimento Empoderamento Feminino Ana Paula Hassan Jalloul apontou a rivaldiade entre as mulheres como um problemas que elas precisam resolver para se destacarem na sociedade e no mercado de trabalho.
“A competitividade feminina atrapalha na questão da faculdade, dos estudos e do trabalho. Para resolver isso, a empatia e a conversa são importantes. Precisamos entender que não estamos competindo. A sociedade e o mercado tem espaço para todas”, comentou.
A esposa do vereador Zé Turin (PHS), Valéria Moura Rodrigues, elogiou a atitude das mulheres. “Precisamos impor as nossas necessidades e demonstrar o nosso poder. Esse evento possibilita a exposição dessa discussão”, disse.