VEREADOR GILBERTO NATALINI (PV)
A escalada de desmatamento do remanescente de matas de São Paulo é assustadora. O desmonte criminoso para fazer loteamentos irregulares nas áreas de manancial em Parelheiros, Grajaú e M’Boi, na zona Sul, e em outras regiões, como Itaquera e São Mateus, na zona Leste, prossegue em ritmo galopante, colocando em grave risco o clima, a qualidade do ar e a produção de água para a cidade.
Fizemos diversas vistorias nos locais e apresentamos um dossiê com 90 áreas devastadas nos últimos cinco anos. Entrei com um pedido de CPI, que aguarda votação.
Mas o que nos deixa abismados é a absoluta inércia do prefeito Covas e do governador Doria sobre essa catástrofe. Exceto as ações esporádicas e não resolutivas da GCM (Guarda Civil Metropolitana) Ambiental, nenhuma ação efetiva dos governos é realizada.
Em 2012, o Poder Público conseguiu zerar a derrubada das matas e os loteamentos nessas áreas, com uma força-tarefa chamada Defesa das Águas, rejeitada depois pelo prefeito Haddad. Foi aí que recomeçou a devastação.
De janeiro a agosto de 2017, enquanto Secretário do Verde e do Meio Ambiente de São Paulo, junto com a Secretaria de Segurança Urbana, conseguimos impedir mais de 150 dessas devastações. Após esse período, a destruição voltou com tudo, e hoje está num ritmo alucinante.
O prefeito e o governador precisam agir imediatamente, sob pena de passarem para a história como os governantes que se omitiram diante do maior crime socioambiental na cidade.
Gilberto Natalini
Médico, Ambientalista e Vereador (PV-SP)