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Vereadores foram aplaudidos e abraçados pelos colegas da Casa durante a sessão de despedida |
A 221ª sessão plenária da Câmara Municipal de São Paulo foi marcada nesta quarta-feira pela despedida de mais dois vereadores que deixam a Casa para assumirem mandatos de deputados estaduais na Assembleia Legislativa, a partir de 15 de março.
A exemplo do vereador Jooji Hato (PMDB), que se despediu nesta terça, os vereadores João Antonio (PT) e Carlos Bezerra (PSDB) fizeram seus pronunciamentos aos colegas da Câmara. Ambos estavam no parlamento paulistano há três mandatos consecutivos.
O vereador João Antonio lembrou sua trajetória no movimento operário e as dificuldades enfrentadas no início de sua vida parlamentar, em 2001.
Segundo o petista, naquela época o parlamento estava desacreditado e vivia à sombra da cassação e da prisão de dois vereadores por corrupção e da impugnação do mandato do prefeito Celso Pitta. A cidade estava em total desordem e enfrentávamos a desconfiança da real eficácia desse parlamento. Provamos que São Paulo seria muito pior sem a participação dos vereadores na melhoria das condições de vida dessa cidade, destacou João Antonio.
O vereador do PT lembrou das leis que os parlamentares paulistanos ajudaram a melhorar durante os três mandatos em que esteve na Câmara, como o Plano Diretor Estratégico, a Lei de Zoneamento e a criação dos conselhos gestores nas repartições públicas. Essas leis diminuíram a furiosa ganância do mercado imobiliário e pelos próximos trinta anos serão essenciais para organizar as políticas urbanas da cidade, contou.
No discurso de cerca de trinta minutos, o vereador foi homenageado pelos demais colegas e também pelo presidente da Casa, José Police Neto (PSDB). A despedida de João Antonio, que é ex-sindicalista e um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores, foi acompanhada por amigos e familiares do vereador.
Ao lado dele, o vereador Carlos Bezerra (PSDB) também fez seu último discurso no plenário. Muito emocionado, o médico que abandonou a carreira para entrar na política lembrou das mais de 40 leis que ajudou a fazer e dos 150 Projetos de Lei que apresentou aos cidadãos paulistanos ao longo dos quase 12 anos de Câmara.
Um desses projetos, segundo o vereador, deu origem ao programa Mãe Paulistana, que oferece um pacote de benefícios às gestantes moradoras da cidade durante o período de pré-natal.
O programa atende hoje a cerca de 500 mil mulheres e serve de exemplo para todo o país. É um exemplo de como essa Casa pode ajudar a transformar a vida das pessoas. Essas mulheres não tinham condições de pegar o ônibus para realizar as consultas de pré-natal. Hoje elas ajudam a reduzir os índices de mortalidade infantil como nunca se viu em São Paulo, avalia Bezerra.
O vereador do PSDB terminou o discurso com a mesma frase que usou há doze anos, quando assumiu seu primeiro mandato. Política é utopia. E nesses anos todos não deixei de sonhar numa cidade melhor, num país mais justo para todos. Um projeto de País só se faz com retidão de princípios e muito trabalho. Esses são os alicerces que aprendi com os amigos vereadores e que levarei comigo para a Assembleia Legislativa.
Bezerra e João Antonio foram ovacionados pelo plenário, assim como Jooji Hato, que também esteve presente à sessão e deixa a Câmara para assumir o Legislativo do Estado.
Creches – Antes das despedidas, a tribuna da Câmara foi ocupada pelos vereadores Claudio Fonseca (PPS) e Claudinho de Souza (PSDB), que abordaram dois assuntos relacionados à educação e à segurança.
Fonseca elogiou a decisão da Secretaria de Educação do Município de São Paulo, que recorreu da decisão do Tribunal de Justiça do Estado de proibir as férias coletivas dos funcionários públicos da educação que trabalham nas creches durante os meses de janeiro.
Crimes – O vereador Claudinho de Souza, por sua vez, lembrou da necessidade de criação de cabines e divisórias de atendimento nos bancos de São Paulo para que os clientes não fiquem expostos durante o atendimento. Segundo o tucano, a iniciativa vai derrubar os índices de crimes conhecidos como “saidinhas de banco”, que já mataram centenas de paulistanos.
A 221ª sessão plenária da Câmara Municipal de São Paulo foi interrompida pela notícia da morte do pai do vereador Paulo Frange (PTB), na tarde desta quarta-feira.
Nova sessão foi convocada para a tarde desta quinta-feira, às 15h. Os vereadores fizeram um minuto de silêncio em homenagem ao pai do vereador, José Frange.
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