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Destaques do hip-hop paulistano: Conheça os vencedores do Prêmio Sabotage 2024

Por: JORGE RUFINO E HELOISE HAMADA
DA REDAÇÃO

13 de março de 2024 - 20:19
Richard Lourenço | REDE CÃMARA SP

Na noite desta quarta-feira (13/3), o Centro Cultural São Paulo foi palco da entrega do Prêmio Sabotage 2024, uma premiação criada pela Câmara Municipal de São Paulo para reconhecer publicamente o trabalho de artistas que se destacam no cenário do hip-hop na capital. Este ano, a edição foi especial, com a realização de atividades nos espaços do CCSP durante todo o dia.

Responsável por presidir a Sessão Solene, o vereador Sidney Cruz (SOLIDARIEDADE). destacou a importância e a representatividade do prêmio. “Uma noite que me enche de alegria, como filho da periferia, ter a oportunidade de presidir uma sessão tão representativa para o nosso povo periférico. Sabotage continua sendo uma figura, uma representação para o nosso povo, especialmente para nossa juventude”.

Integrante da Comissão Extraordinária de Defesa dos Direitos da Criança, do Adolescente e da Juventude da Câmara de Vereadores, a vereadora Elaine do Quilombo Periférico (PSOL) fez questão de parabenizar a organização do evento e também destacou o papel de Sabotage. “Eu sou testemunha de que os trabalhadores da Câmara foram fundamentais para que esse prêmio fosse realizado, para que fosse realizado aqui e para que fosse realizado com essa qualidade. E eu fico muito feliz em poder participar. Eu cresci na década de 90, na periferia, ouvindo rap. Sabotage é uma grande referência. Então, dá um orgulho danado poder participar de uma homenagem como essa”.

Filhos de Sabotage, Wanderson Rocha, o Sabotinha, e Tamires Rocha, prestigiaram a noite de festa. Tamires falou sobre o orgulho e o que o prêmio significa para o cenário hip-hop. “É gratificante esse nome, esse prêmio que leva o nome do nosso pai, é muito gratificante para nós, enquanto família, porque a gente vê o reconhecimento. Ele também foi um artista independente que chegou onde ele chegou e isso serve de apoio e de caminho para que esses novos artistas que já estão na caminhada há muitos anos também sejam reconhecidos”.

Sentimento de orgulho também compartilhado por Wanderson. “Eu fico muito feliz. É muita satisfação. Eu quero agradecer a todos que estavam envolvidos nesse evento, o público que está aqui e os fãs do rap nacional”.

O Poder Executivo veio representado por Marcelo Cavanha, coordenador do Núcleo de Hip-Hop da Secretaria Municipal de Cultura, apoiadora do evento. “O Sabotage representa para o hip-hop, através das suas letras, que hoje nas festas, nos eventos de hip-hop, quando toca, pessoas que nem tinham nascido e conhecem o som dele cantam juntos. E ver hoje esse momento de emoção, inclusive, na premiação, é extremamente importante para a gente enquanto secretaria, enquanto núcleo de hip-hop estar apoiando”.

A seleção e o número de inscritos

Para eleger os vencedores, os trabalhos recebidos pela Câmara passaram pela avaliação de uma comissão julgadora composta por cinco pessoas indicadas pela Comissão Extraordinária de Defesa dos Direitos da Criança, do Adolescente e da Juventude.

No total, foram registradas 172 inscrições. Primeiro, a comissão julgadora escolheu três indicados para as quatro categorias: Categoria I: Melhor Disk Jockey (DJ); Categoria II: Melhor Mestre de Cerimônia (MC); Categoria III: Melhor Artista de Graffiti e Categoria IV: Melhor Artista de Breaking.

Os melhores trabalhos inscritos e os vencedores em cada categoria foram anunciados durante a cerimônia de entrega da premiação e receberam o reconhecimento público da Câmara por meio da entrega da Salva de Prata.

Confira abaixo os finalistas de cada uma das categorias do Prêmio Sabotage e a palavra dos vencedores que compareceram à entrega:

Categoria I: Melhor Disk Jockey (DJ)

Vencedor

DJ Tano, Z’África Brasil – Desde 1997, DJ Tano mergulha na discotecagem. Foi aluno da Casa do Hip-Hop de Diadema e é multiplicador do espaço desde 2001. Reconhecido por sua versatilidade, domina diversos estilos musicais, destacando-se como tricampeão do campeonato brasileiro Hip-Hop DJ em 2005 após três vitórias consecutivas. Hoje, integra o grupo de Hip-Hop Zafrica Brasil e contribui para produções teatrais de renome internacional.

Outros finalistas

DJ Smokey Dee – Com mais de 40 anos de experiência no Hip Hop, DJ Smokey Dee começou como Bboy em 1979 e depois se tornou MC e DJ. Fundou o grupo Doctor Mcs em 1987 e desde então gravou vários álbuns e participou de eventos renomados. Atualmente, além de sua carreira solo como rapper e DJ, colabora com outros artistas e atua como educador cultural, oferecendo oficinas para DJs iniciantes;

DJ MAXNOSBEATZ – DJMAXNOSBEATZ é um nome consagrado no cenário musical brasileiro. Na carreira desde 2006, ele se destaca como DJ, produtor musical, compositor e empresário artístico. Lançou álbuns com grandes nomes do Rap nacional, nos quais mostra sua versatilidade e talento.

Categoria II: Melhor Mestre de Cerimônia (MC)

Vencedora

Luana Hansen – Luana Hansen, rapper e ativista, é uma voz crucial no hip-hop brasileiro, lutando pela representatividade feminina e LGBTQIA+. Suas letras políticas e engajadas, aliadas ao ativismo cultural, a tornam uma inspiração para jovens artistas e uma importante promotora da igualdade de gênero, diversidade e conscientização social no hip-hop.

“Para mim é uma honra, porque são 24 anos de carreira. Eu me inscrevo desde o primeiro. É muita honra porque eu sei a luta. Meu trabalho é totalmente independente, é ativista e eu sou lésbica assumida dentro do movimento. Para mim, ter ganhado este prêmio é uma abertura de portas dentro do movimento que tem 40 anos de história e mais de 50 anos no mundo. Acho que o hip-hop mostrou e vem mostrando que a gente está quebrando todas as portas e que a gente é da periferia, e assim como todo mundo merece respeito. Já dizia o Sabotage: o rap é compromisso e não é viagem”.

Outros finalistas

Cem Por Cento – MC Cem Por Cento participa desde 2006 ativamente das batalhas de MCs em SP, destacando-se na Rinha dos MCs. Em 2014, lançou seu álbum solo P.O.V.O. Hoje, integra o coletivo WuTremClan e promove oficinas de MC gratuitas, impulsionando novos talentos, como MC Soffia;

Kunta Kinte – Nascido no Senegal, Kunta Kinte é cantor, compositor e produtor com mais de 20 anos de carreira nas linguagens Hip-Hop, Afro e Jazz. Já lançou discos com artistas como Luedji Luna, Indy Naíse, Zé Manuel e Buia Kalunga. Pra além de sua carreira internacional, em São Paulo produz eventos para o Sesc, projetos musicais e saraus.

Categoria III: Melhor Artista de Graffiti

Vencedora

Crica Monteiro: Em 1999, Crica Monteiro se interessa pela Cultura Hip-Hop e começa a frequentar a Casa de Cultura de Santo Amaro. Desenhista, iniciou-se no Graffiti em 2001, modalidade que a possibilitou entrar na Universidade. Hoje ministra oficinas, participa de eventos e é divulgadora do movimento, tendo fundado em 2012 o Graffiti Mulher Cultura de Rua, que promove a presença feminina no universo do graffiti e do hip-hop.

“Eu fiquei muito feliz e surpresa ao mesmo tempo, porque, apesar de saber que a gente trabalha tanto e a gente receber um reconhecimento desse é único. Mas, eu tenho consciência de que eu sou uma de muitos que fazem esse movimento acontecer dentro da minha categoria, o graffiti. Para mim foi uma surpresa, mas também uma grande alegria em poder realmente ver que estou sendo reconhecida pelo que eu faço, pelo meu trabalho, pela minha luta”.

Outros finalistas

Ógbá – Ógbá mergulhou na arte do Graffiti em 1997, evoluindo do bomb para personagens. Sua jornada criativa se enraíza na ancestralidade baiana e africana, refletindo as memórias e influências de São Paulo, onde reside desde 1984. Sua arte, carregada de afeto, cores e traços, transforma o cotidiano em jornadas épicas, sugerindo um mundo melhor a ser construído;

Soberana Ziza – Regina Elias, conhecida como Soberana Ziza, começou sua jornada artística na Frente Nacional de Mulheres do Hip Hop. Também integrou a ONG Conceitos de Rua, que a levou a representar o Brasil no City Of Hip Hop em Berlim. Desde 2006, suas criações exploram a estética afrofuturista e a negritude feminina. De proeminência internacional, seu legado é enriquecido por suas contribuições à história do hip hop paulistano, como a participação na série Segredos, de Os Gêmeos, para a Pinacoteca de São Paulo.

Categoria VI: Melhor Artista de Breaking

Vencedora

Kika Souza – Kika Souza é graduanda em Dança na Unicamp, combina técnica e paixão. Co-fundadora do Coletivo Rangers Urban Force, pesquisa e promove o protagonismo feminino nas danças urbanas. Além de atuar como MC, jurada e palestrante, é arte-educadora, levando sua expertise a projetos sociais. Seu compromisso com a cultura Hip-Hop é evidente em cada movimento.

“Eu me sinto muito privilegiada, muito honrada mesmo. Ser uma mulher dentro da cultura hip-hop não é muito fácil. A gente lida com várias situações, como violência, machismo e ter esse reconhecimento do nosso ‘trampo’, do nosso corre dentro da cultura, é muito importante. É como se fosse um respiro no meio de tudo isso que a gente passa para fomentar a cultura, para fazer aquilo que a gente ama, aquilo que a gente sente que nasceu para fazer”.

Outros finalistas

B.Girl Grace – B.Girl Grace é uma dançarina de Breaking desde 2011, integrante da Crew Mistério 2D. Além de competir e dançar em eventos, é arte educadora na Ong Vozes das Periferias e filiada ao Conselho Nacional de Dança Desportiva como Atleta de Breaking;

CT BREAKIN’ BRASIL – O CT BREAKIN’ BRASIL é reconhecido como o 1º Centro de Treinamento de Breaking do país. Com uma equipe de elite composta por seis atletas, sendo três bboys e três bgirls, busca representar o Brasil nas Olimpíadas. Além dos treinamentos de alta performance, o CT oferece cursos gratuitos para jovens e promove encontros semanais para fortalecer a participação feminina na cena. Eventos como o “CT JAM” e “CT Convida” contribuem para a união e crescimento da comunidade de breaking.

Os álbuns completos da cobertura fotográfica estão disponíveis no Flickr da CMSP. Crédito das imagens: Richard Lourenço | REDE CÂMARA SP e André Bueno | REDE CÂMARA SP. A íntegra da Sessão Solene pode ser conferida aqui.

O Prêmio

A Câmara Municipal de São Paulo, considerando a importância do movimento hip-hop no processo de inclusão social, musical e cultural e a sua inserção junto aos jovens na cidade de São Paulo, instituiu, por meio da Resolução nº2/2008, o Prêmio Sabotage, um reconhecimento público do trabalho dos artistas que se destacaram no cenário do hip-hop no município.

A premiação leva o nome do rapper, compositor e ator brasileiro Sabotage, que morreu assassinado em 2003.

Veja também a reportagem de Heloise Hamada para o Jornal da Câmara:

 

(*) Notícia atualizada em 14/3, às 16h02

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