42 vereadores paulistanos que foram cassados em cinco momentos da história terão seus mandatos restituídos em sessão solene, no dia 9 de dezembro. Até lá, uma comissão formada especialmente para a ocasião tem buscado encontrar esses parlamentares e suas famílias, para garantir que todos recebam ainda que in memorian o diploma.
As cassações ocorreram em 1937 (Estado Novo), 1947 (governo Dutra), 1952 (segundo governo de Getúlio Vargas), 1964 e 1969 (regime militar).
Décio Cursi, assessor parlamentar do vereador Natalini (PV), contou que está sem pistas de três vereadores. De outros quatro, ele possui apenas um dado ou outro, mas ainda não conseguiu acessar nenhum familiar.
– Confira a lista dos 42 vereadores que serão homenageados
Rodrigo de Carvalho, do gabinete de Orlando Silva (PCdoB), também está trabalhando na busca. Dos 15 parlamentares cassados que pertenciam ao Partido Comunista, oito ainda não foram contatados. Ele sugeriu um contato com a Secretaria de Serviços, para que seja feita uma busca pelos registros nos cemitérios municipais.
Os organizadores da sessão solene funcionários da Casa e parlamentares pretendem usar a Internet para chegar até os homenageados. A ideia é espalhar nas redes sociais os nomes dos vereadores cassados para que eles próprios, ou seus conhecidos, se manifestem.
Fernando Garcia, da Fundação Mauricio Grabois, explicou que isso ajuda também quem, como ele, tem buscado as pessoas por telefone. Recebi telefonadas na cara por o evento não ter ainda um e-mail ou hotsite de apoio, disse.
Preso pela ditadura
A Web Radio Câmara São Paulo ouviu o ex-vereador Moacir Longo, eleito com 4.632 votos em 1963, pelo Partido Socialista Brasileiro. Empossado no dia 1º de janeiro de 1964, trabalhou como vereador na cidade por apenas três meses até ser cassado e preso pela ditadura.
Três meses foi tempo suficiente para presidir a Comissão da Lavoura, Indústria e Comércio, e participar como membro da Comissão de Finanças e Orçamento.
Nesse tempo também esteve presente em assuntos polêmicos como novas eleições da mesa diretora e quando denunciou na tribuna um acordo da prefeitura com uma companhia telefônica que ele considerava lesivo ao município.
Confira a entrevista da Web Rádio Câmara São Paulo.
(30/9/2013 – 12h47)