Luiz França / CMSP
Um parto humanizado é sinônimo de um parto respeitoso. Essa é a opinião da psicóloga Érica de Paula, que nesta quinta-feira (13/3) participou de um bate-papo sobre parto humanizado na Câmara Municipal de São Paulo, realizado com apoio da Escola do Parlamento.
Érica trabalha como doula profissional que dá suporte emocional e físico à mulher em trabalho de parto e foi uma das responsáveis pela produção do documentário O Renascimento do Parto, lançado no final do ano passado. O longa mostra a grave realidade obstétrica mundial e também brasileira , onde muitas vezes as gestantes são submetidas a procedimentos traumáticos sem necessidade.
Como parte das atividades programadas pela Câmara para celebrar o Dia Internacional da Mulher, comemorado no último sábado (8/3), Érica e o diretor Eduardo Chauvet contaram um pouco sobre o processo de realização do filme e compartilharam suas opiniões a respeito do tema.
É uma metodologia, um trabalho que é feito nos principais países de primeiro mundo, onde isso é visto de maneira absolutamente natural. Holanda, Nova Zelândia, Inglaterra, comentou Chauvet, lamentando a pouca popularidade do parto humanizado no país.
Por sua vez, Érica lembrou o preconceito nutrido por parte da comunidade médica em relação ao trabalho feito pelas doulas e parteiras, muitas vezes visto como fonte de perigo para a gestante, o que ela nega enfaticamente.
De forma alguma o filme quer defender um parto domiciliar sem assistência, que não é sinônimo de parto humanizado. O parto domiciliar planejado é feito só em gestações de baixo risco, com assistência de profissionais qualificados, com médicos e obstetras de prontidão, comentou.
A sessão também contou com a participação da vereadora Patrícia Bezerra (PSDB), autora da Lei 15.894, que criou o Plano Municipal para a Humanização do Parto. A propositura foi aprovada pela Câmara em outubro do ano passado e já foi sancionada pelo Executivo. Entre outros pontos, a lei garante a toda gestante do município o direito à analgesia durante o parto normal.
Nós esperamos que a lei que foi sancionada pelo prefeito Haddad em novembro passado seja regulamentada o mais rápido possível. Essa é uma pressão que nós precisamos fazer, declarou Patrícia durante o encontro.
(13/3/2014 – 17h37 – Última atualização às 19h50)