A Comissão Permanente de Direitos Humanos realizou nesta quinta-feira (28/6) Audiência Pública para discutir a situação dos imigrantes venezuelanos na cidade de São Paulo. De acordo com dados repassados pelo Ministério Público Federal, cerca de 300 imigrantes vivem na capital em situação difícil.
Alguns deles, que estiveram presente na Câmara Municipal, denunciaram várias dificuldades nos CTAs (Centros Temporários de Acolhimento), como falta de alimentação e sanitários danificados. Eles pediram também mais acesso a cursos de língua portuguesa e legalização da documentação, como carteira de trabalho e registro de identidade.
Para Eduardo Mantovani, 43 anos, ter a oportunidade de ser ouvido por autoridades é motivo de alegria. O venezuelano aproveitou a Audiência para fazer um apelo. “Quero conseguir um emprego, mas está muito difícil. Quero melhorar a minha vida e de minha família”, comentou.
O Padre Júlio Lancelotti, que coordena a Pastoral do Povo de Rua e atende aos imigrantes, falou sobre vários problemas, como a superlotação nos CTAs. “Eles não são recebidos em lugares específicos para imigrantes. Na verdade, são destinados aos espaços voltados para os moradores de rua, sem saber de nada,” disse Lancelotti.
Segundo a representante da SMADS (Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social), Rosane Berthaud, a Prefeitura de São Paulo não recebeu nenhum recurso do Governo Federal para auxiliar no acolhimento dos refugiados. “A gente tem feito algo com o recurso que a gente já tinha destinado ao acolhimento da população de rua em geral,” disse.
O vereador Eduardo Suplicy (PT), que presidiu a Audiência, afirmou que a Câmara vai acompanhar o caso. “Nós, da Comissão dos Direitos Humanos, vamos acompanhar a consequência dessas diversas sugestões junto a todos os órgãos da Prefeitura Municipal,” comentou o presidente da Comissão no final da Audiência Pública.