Em reunião nesta sexta-feira (4/9), a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Evasão Fiscal recebeu dois diretores da Sem Parar, empresa brasileira de gestão de meios de pagamentos automáticos, como pedágios e estacionamentos. A CPI é uma continuidade dos trabalhos de investigação da Câmara Municipal de São Paulo, iniciados em 2017, que apura eventuais fraudes de sonegação de ISS (Imposto Sobre Serviços) por simulação de endereço.
Atualmente com uma sede no município de São Paulo, no bairro de Pinheiros, a Sem Parar mantinha suas operações na cidade de Osasco até 2019. Um dos aspectos levantados durante a reunião foi uma das antigas sedes, na rua Minas Bogasian, em Osasco. De acordo com os parlamentares, o prédio não seria compatível com as movimentações da empresa, superiores a R$ 1 bilhão.
A primeira a prestar depoimento foi Maria Norma Ushizima Pietro, atual diretora financeira da Sem Parar e funcionária desde 2007. De acordo com a diretora, a empresa foi fundada em Osasco, e pelo menos 30% dos funcionários residem na cidade. Sobre a justificativa para transferir a sede para São Paulo, Ushizima explicou que foi uma estratégia. “Vir para São Paulo foi um ambiente mais atrativo para reter os talentos”, disse. “Com base na concorrência, nas novas fintechs, a empresa precisou se reinventar, então foi natural pensar em migrar para São Paulo”, declarou.
Ushizima também informou que a Sem Parar chegou a ter três endereços diferentes na rua Minas Bogasian, para dar conta da expansão, processo que foi levando a empresa para sedes diferentes em Osasco. A Sem Parar foi adquirida por uma empresa americana em 2016, a Fleetcor.
A CPI também ouviu Antonio Conde, diretor de risco e compliance da Sem Parar, que trabalha na empresa desde 2016. Segundo Conde, as reuniões da diretoria eram realizadas em Osasco, e não em São Paulo. “A partir de 2013, a diretoria e gerências passaram a se reunir na Avenida dos Autonomistas”, informou Conde, sobre outra sede da empresa, também em Osasco.
A Comissão deve continuar a oitiva de outros funcionários da Sem Parar nas próximas reuniões.
Requerimentos
Entre os requerimentos aprovados, estão pedidos para que a Secretaria Municipal da Fazenda informe qual a ordem de recolhimento de ISS dos últimos cinco anos das seguintes empresas operadoras de tecnologia e transporte individual de passageiros: Uber do Brasil, TPM – Transportes Para Mulheres, Sity Holding e Tecnologia Eireli, Rede Ponto Certo e Tecnologia e Serviços, Lady Driver H Tecnologia, Eu Vô Tecnologia em Mobilidade, Easy Taxi, Cabify, 99 Táxi, Buming Tecnologia Eireli, 4 Move Tecnologia, Inovadora 2A Serviços S.A., Venuxx Technologies LTDA, Juliana Delgado dos Santos Barbosa Lemos (Vip Entregas).
Estiveram na reunião o presidente da CPI vereador Ricardo Nunes (MDB), vice-presidente vereador Antonio Donato (PT), relator vereador João Jorge (PSDB), e também o vereador Zé Turin (REPUBLICANOS).