O documentário “Cúmplices? A Volkswagen e a Ditadura Militar no Brasil”, sobre a possível participação da Volkswagen no regime militar brasileiro, foi exibido na noite desta quarta-feira (8/9) Salão Nobre da Câmara.
O filme traz lembranças tristes para Lúcio Bellentani, preso e torturado durante oito meses no período da Ditadura Militar brasileira. Ele era ferramenteiro da Volkswagen e foi preso dentro das dependência da fábrica por conta do seu ativismo político. A Luta de Lúcio e outros operários da época por reparação, virou tema de um documentário exibido aqui na Câmara.
“Esse documentário está deixando essa história em evidência, está mostrando que as indústrias aqui no Brasil não são essa maravilha. Essas empresas, esses impérios foram construídos em cima do sangue e do suor de muitos trabalhadores”, disse.
No filme, entrevistas e documentos tratam sobre o envolvimento da empresa alemã com os militares. Para o ex-deputado e ativista Adriano Diogo, outras evidências mostram a política repressora adotada pela empresa durante esse período.
“O cara que montou o departamento de segurança industrial foi o Franz Paul Stengl, que era um militar austríaco responsável por 900 mil mortes em dois campos de concentração”, disse.
Atualmente, ex-funcionários da empresa alemã, que foram presos, como Lúcio, aguardam julgamento do Ministério Público Federal para, quem sabe, conquistarem uma retratação pública da empresa. A vereadora Juliana Cardoso (PT) lembrou que o esforço desses militantes faz com que a história não seja esquecida.
“A juventude não consegue ter acesso a esse tipo de informação, porque não está nos nossos livros, principalmente na mídia, porque é muito fechada. Infelizmente o nosso Brasil não conta a história verdadeira”.