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O ex-secretário de Verde e Meio Ambiente Eduardo Jorge (PV) ocupou a tribuna da Câmara Municipal nesta quarta-feira para prestar esclarecimentos sobre denúncias feitas contra ele por um jornal paulistano.
Segundo a reportagem, o ex-secretário teria recebido propina de R$ 200 mil para liberar a retirada de árvores do terreno do Shopping Higienópolis. O dinheiro teria sido pago pela BGE, empresa que administrava o empreendimento.
Jorge, que deixou a Secretaria em 1º de Junho, relatou ter recebido na última semana quando participava da Rio+20 telefonema de um repórter informando possuir uma denúncia contra ele e a Secretaria. Perguntei: quem fez a acusação? A resposta foi que o inquérito corre em segredo. Em seguida, quis saber se o jornalista lera o contrato e qual irregularidade havia identificado. O interlocutor admitiu não ter visto o documento. Desculpe, mas para mim isso é uma imprudência do veículo e uma violência contra mim, contou.
O ex-secretário disse que, em virtude de não ter como se defender, resolveu vir à Câmara, onde faz vigília desde sexta-feira (22), para prestar esclarecimento à população e aos parlamentares. É o que posso fazer. É como posso me defender. Não sou mais secretário e não tenho mais acesso à imprensa como secretário.
Segundo ele, algumas pessoas sugeriram que o responsável poderia ser alguém da Secretaria. Querem que eu jogue a culpa para algum funcionário. Acho isso uma injustiça, uma covardia, justificou.
Durante sua defesa, Eduardo Jorge apresentou a legislação que norteia os trabalhos da pasta e os dados do referido laudo mencionado na reportagem, que concedia a licença emitida em apenas sete dias, segundo divulgado. Todo mundo sabe que não existe licença em sete dias na Secretaria do Verde e do Meio Ambiente. Somos criticados exatamente pelo contrário, argumentou. O processo mencionado foi protocolado em novembro de 2007 e liberado em 2012.
Mas uma pessoa falou que ouviu dizer que teve algum tipo de pagamento irregular. Quem? Pra quê? Onde? Nada. Não há nenhum indício de que pode ter havido um procedimento incorreto. Resta apenas aguardar, ressaltou.
Segundo Eduardo Jorge, de 2005 a 2012 foram emitidas cerca de 10 mil licenças pela secretaria. Foram licenças pequenas, médias, grandes e muito grandes. E nunca houve nenhuma acusação contra a conduta e a retidão desses profissionais. Por isso tenho segurança no trabalho realizado na Secretaria do Meio Ambiente. Somos considerados a secretaria mais chata e mais dura da Prefeitura, disse.
Na última segunda, no final da tarde, ele recebeu a visita da deputada federal Luíza Erundina (PSB), que veio à Câmara para prestar solidariedade. Jorge foi secretário de Saúde durante parte de seu mandato na Prefeitura de São Paulo (1989-1993).
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(27/06/2012 17h43)