Richard Lourenço | REDE CÂMARA SP A Câmara Municipal de São Paulo realizou a entrega do Prêmio Heitor Villa-Lobos, na noite desta segunda-feira (25/11). A premiação do Legislativo paulistano está em sua 6ª edição e é destinada às escolas municipais e aos professores que possuem projetos inovadores e promissores na área da educação musical.
A Sessão Solene foi presidida pelo vereador João Ananias (PT). “É importante incentivar a música nas escolas. Isso é sempre importante e a gente sabe que a periferia precisa disso e as escolas municipais, em sua maioria, estão na periferia. Os alunos gostam de música e é sempre bom incentivá-los”, afirmou o parlamentar.
O prêmio foi instituído pela Resolução nº 18/2017 e também presta uma homenagem ao maestro e compositor Heitor Villa-Lobos, um dos maiores entusiastas da educação musical nas escolas. “Para mim é gratificante participar mais uma vez deste evento. É um prêmio muito importante para as escolas, para o ensino de música nas escolas. E o Prêmio Heitor Villa-Lobos é para prestigiar os melhores projetos. Eu fico muito satisfeito que aquilo que eu fiz como vereador tem dado resultado e as sementes estão dando fruto”, destacou o deputado Reis (PT-SP), que foi o criador do prêmio quando foi vereador na Câmara Municipal de São Paulo.
A avaliação dos projetos é feita por uma Comissão Julgadora composta pelas secretarias municipais de Educação e de Cultura, pela Comissão Permanente de Educação, Cultura e Esportes da Câmara Municipal de São Paulo, pelo FME (Fórum Municipal de Educação), pela OMB (Ordem dos Músicos do Brasil) – Regional São Paulo, pela Abem (Associação Brasileira de Educação Musical) – Regional São Paulo, e pelo Sinpeem (Sindicato dos Profissionais da Educação do Ensino Municipal de São Paulo).
Para a concessão do prêmio, são considerados projetos ou trabalhos inovadores e promissores na área da educação musical, aqueles que promovam inovação emancipatória, nos quais os educadores sejam curadores do conhecimento musical, demonstrando autonomia dos envolvidos em processos de desenvolvimento criativo musical e elementos de inovação como uso de tecnologias, metodologias ativas, aulas invertidas, dinâmicas, aperfeiçoamento da escuta musical, desenvolvimento da autoconsciência e do espírito crítico-musical.
“É uma honra fazer parte da Comissão Julgadora. O prêmio cria incentivos tanto dos professores, quanto dos alunos, de fazer música, trabalhar com instrumentos musicais e mesmo que seja somente a introdução da música, eu creio destes projetos possam sair grandes músicos”, disse o presidente da Ordem dos Músicos do Brasil no Estado de São Paulo, Márcio Teixeira, que representou a Comissão Julgadora na Sessão Solene.
Os vencedores
O projeto ganhador foi “Musicalização no Ensino Fundamental I”, da EMEF (Escola Municipal de Ensino Fundamental) Prefeito Adhemar de Barros. “É um reconhecimento dentro desses projetos de música. Tentei ano passado, cheguei perto, mas este ano eu consegui e estou muito feliz de estar aqui. Esse prêmio valoriza o trabalho da música nas escolas e, no caso da nossa escola, ele faz parte da grade curricular e eu dou aula como se fosse como qualquer outra matéria, são 450 alunos do primeiro até o quinto ano”, afirmou o professor e responsável pelo projeto Werner Roberto Viana Lucio.
O segundo lugar ficou para o projeto “Arranjos Periféricos”, da EMEF Professor Antonio Prudente. “Essa premiação veio de forma orgânica, baseada em como os estudantes se sentem ao participarem do projeto, não foi nada pensado de forma gananciosa e competitiva. Foi basicamente o empoderamento, a força e o poder das crianças da periferia, crianças pretas da periferia que nos trouxe aqui”, falou um dos responsáveis, o professor José Gabriel Diaz Perez Poeta. A outra responsável, a professora Elaine Regina Chagas Santos, também explicou que eles trabalham com as letras de músicas com os alunos para que eles possam desenvolver o pensamento crítico. “A gente também está trazendo o letramento racial crítico para esses alunos, para eles terem o empoderamento, a mudança de atitudes e saber enfrentar o racismo cotidiano que eles sofrem como alunos, em sua maioria negros, na sociedade e todos os dias”, salientou a docente.
Na terceira colocação ficou a EMEF Professora Ruth Lopes Andrade, com o projeto “Musicalizando – As garrafinhas”, da professora Mariana Sasso Macedo Mariz. “É uma honra receber esse prêmio, é um trabalho que nós realizamos com muito afinco, com muita dedicação. Esse projeto das garrafinhas nós realizamos com 150 alunos, que tocam juntos, cantam juntos. A gente chegar neste momento de reconhecimento tão importante é emocionante”, frisou.
Veja a Sessão Solene na íntegra aqui.
Confira o álbum de fotos, já disponível no Flickr da CMSP. Crédito: Richard Lourenço | REDE CÂMARA SP
