A organização não governamental (ONG) Educa São Paulo, com o apoio do Núcleo de Trabalhos Comunitários da Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP/NTC), lançou nesta quinta-feira a campanha São Paulo: nenhuma criança analfabeta, durante seminário na Câmara Municipal. No evento, foram expostas diversas ideias para melhoria da educação e diminuição do analfabetismo na cidade.
As propostas apresentadas pelos professores e estudantes ligados à área deverão ser levadas ao futuro secretário municipal de Educação, o sociólogo Cesar Callegari.
“A questão mais urgente em São Paulo é preparar os profissionais para a educação”, afirmou Devanir Amâncio, presidente da ONG Educa São Paulo.
Outro ponto levantado pelos presentes diz respeito às situações que dificultam o aprendizado dos alunos. A maioria das crianças que não sabem ler e escrever está no conjunto daquelas em situação de vulnerabilidade social: moram em casas precárias, não comem direito, sofrem com a bebida de seus pais, com a mãe que as tranca em casa. Elas não têm claro que a escola é para estudar. Elas vão às aulas para brincar, às vezes para comer, afirmou a professora Maria Stella Santos Graciani, coordenadora do curso de pedagogia da PUC-SP.
De acordo com a pedagoga, faltam também aos professores elementos para lidar com a nova geração de alunos, ligados a uma cultura multimídia. As crianças de hoje lidam com as máquinas de uma maneira interessante. Elas querem descobrir onde está o erro. A escola deveria ser uma escola de construção de conhecimento, e não de reprodução do conhecimento, refletiu.
De acordo com dados do último Censo Demográfico, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 966 mil crianças e adolescentes brasileiros de 6 a 14 anos não frequentavam a escola em 2010, o que corresponde a 3,3% da população.
Ainda segundo o estudo, a taxa de analfabetismo no Estado de São Paulo era de 4,09%, na população com mais de dez anos de idade.
(13/12/2012 – 18h10)