Douglas Ferreira | REDE CÂMARA SP Instalada em junho de 2024, a Comissão Extraordinária de Inovação, Tecnologia e Cidade Inteligente se dedicou a analisar e reunir soluções tecnológicas para enfrentar os principais desafios urbanos de São Paulo, como meio ambiente, social, trânsito e transporte e segurança. Para isso, o mais novo colegiado da Casa firmou um termo de cooperação técnica com a Fundação Carlos Alberto Vanzolini para desenvolver, em conjunto, projetos e programas de inovação, tecnologia e desenvolvimento sustentável na capital paulista. Uma das propostas é revitalizar o centro de São Paulo.
A Fundação Vanzolini, como é mais conhecida, é uma organização sem fins lucrativos, criada e gerida por professores do departamento de Engenharia de Produção da Poli-USP (Escola Politécnica da Universidade de São Paulo), que há mais de 50 anos atua para melhorar a efetividade do processo de desenvolvimento sustentável do Brasil.
Nas seis reuniões ordinárias realizadas no ano passado, o colegiado recebeu representantes de diferentes empresas que colaboraram com ideias como Alaor Neto, gerente de negócios da multinacional Nvidia, de tecnologia e computação. Ele falou sobre o uso de plataformas de computação acelerada, a próxima fase de evolução dos computadores, para acelerar serviços de rede, armazenamento e segurança.
Gabriela Cruz, diretora de ESG da Kei Cities, companhia de tecnologia e inovação, falou sobre o conceito de Green Field, um bairro ou cidade construído do zero de forma planejada para ser sustentável. A importância da cibersegurança nos projetos de cidades inteligentes com proteção de dados foi abordada por Leonardo Fonseca Netto, gerente da Italtel Brasil, empresa especializada em tecnologias digitais, que frisou a necessidade da proteção de dados sigilosos como biometria, reconhecimento facial e documentos.
Igor Facella, diretor comercial da Emive, propôs que a cidade adote tecnologias capazes de analisar de forma inteligente dados e imagens para gerar estatísticas e alertas de monitoramento da segurança. O sócio-diretor da empresa Geoline, Charles Mendes de Castro, sugeriu utilizar ferramentas de geoprocessamento na gestão de eventos climáticos, como inundações e podas de árvores.
Alexandre Dal Forno, diretor de Desenvolvimento e Negócios da Tim Brasil, expôs que a companhia direciona estratégias e investimentos à integração da banda 5G em toda a cidade para contribuir com uma rede móvel robusta.
A transição da frota de ônibus de São Paulo para veículos elétricos foi o tema de uma reunião em novembrl que recebeu Wagner Setti, coordenador de relações institucionais da WEG, especializada na fabricação e comercialização de motores elétricos. Ele destacou a relevância da parceria entre os setores público e privado para impulsionar a transição energética e a mobilidade elétrica e detalhou soluções como o uso de fontes renováveis – eólica, solar, hídrica – e sistemas de armazenamento de energia BESS (Battery Energy Storage System), com baterias recarregáveis.
Na última reunião de dezembro, a professora doutora Regiane Romano, diretora de Cidades Inteligentes da 5G Smart Campus Facens e diretora de Inovação da VIP-Systems, apresentou o conceito de cidades inteligentes, que tem como características gerar riquezas, ser sustentáveis, solidárias, inclusivas e transparentes. Ela também falou sobre a tecnologia aplicada na gestão de condomínios e como essa experiência pode ser aplicada no setor público.
O uso de gêmeos digitais foi abordado por Claudio Saes, sócio e líder da Bell Labs Consulting. O objetivo é criar uma representação digital de algo físico através de sensores, tecnologia de nuvem, IA e de redes para interconectar tudo, visando simulações precisas de operações e a antecipação de problemas.
Composição da Comissão
Em 2024, a Comissão Extraordinária de Inovação, Tecnologia e Cidade Inteligente foi composta pelo presidente, vereador Sansão Pereira (REPUBLICANOS), vice-presidente Aurélio Nomura (PSD) e os vereadores Alessandro Guedes (PT), Marlon Luz (MDB) e Celso Giannazi (PSOL).
