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Em audiência, Subcomissão de Cultura debate a preservação da história negra da capital

Por: MARCO CALEJO - HOME OFFICE

21 de novembro de 2022 - 22:59

O Centro Cultural da Penha, na zona leste da capital paulista, foi o ponto de parada da Subcomissão de Cultura na noite desta segunda-feira (21/11). O colegiado tem promovido Audiências Públicas em periferias de diferentes regiões da cidade. Este foi o sétimo debate realizado pela Subcomissão.

Na audiência desta segunda, o tema da pauta de discussão foi “Patrimônio Material e Imaterial: História, Memória, Preservação e Valorização de Narrativas Negras e Periféricas na Cidade de São Paulo”. Como de praxe, a presidente da Subcomissão, vereadora Elaine do Quilombo Periférico (PSOL), reforçou a proposta de percorrer a capital para ouvir a demanda cultural das comunidades.

“Essas Audiências Públicas externas, nós fizemos com o intuito de conseguir conversar com a população em horários mais acessíveis”, explica Elaine, que também lembrou que a Subcomissão tem “circulado, sobretudo em territórios mais periféricos, mais distantes da Câmara, para conseguir ouvir a população de forma mais fácil”.

Após as considerações iniciais, a parlamentar convidou os artistas Renato Gama, Ronaldo Gama e Izzy Gordon, que fizeram uma apresentação musical. Na sequência, Elaine iniciou a primeira rodada de discussões com artistas regionais.

A sambista e historiadora Marília Belmonte representou a Mobilização Estação Saracura/Vai-Vai, que entre as ações, defende a preservação do sítio arqueológico descoberto na área da Linha-6 Laranja do Metrô, no Bixiga, região central da cidade, durante as obras de escavação. No local, onde antes ficava a quadra da escola de samba Vai-Vai, foram encontrados vestígios de antigos moradores da região.

“A quadra veio ao chão e no lugar foram achados vestígios arqueológicos. A gente sabe que historicamente ali era uma região ocupada pela população preta. O bairro do Bexiga é um bairro preto”, disse Marília, que lembrou ainda que o bairro também é conhecido por ser formado por imigrantes italianos. “Não digo que não seja, mas temos que pensar esse bairro de forma diversa”.

O compositor e cantor Aloysio Letra também contribuiu com a audiência. Letra resgata momentos da própria história e revela quais são as inspirações das artes produzidas por ele. “Tenho discutido um pouco através das minhas obras autorais essa questão do patrimônio e da reparação histórica no meu processo de material poético”.

A produtora cultural Patrícia Freire é do Movimento Cultural Penha. Ela falou sobre os espaços do bairro, tombamentos históricos, destacou as ações culturais promovidas no território e reivindicou melhorias para a comunidade do Largo do Rosário.

“Tem desde a questão do Wi-Fi, pontos de luz, banheiros dignos para as pessoas que são feirantes e para os bolivianos que também têm as suas feiras aos domingos. A abertura de inscrições para novos feirantes é outra demanda trazida pelas feirinhas”, falou Patrícia.

A vereadora Elaine fez observações sobre a conservação dos espaços e quanto à preservação da memória negra. “Não temos essa história preservada, não aprendemos isso na escola”. A parlamentar acrescentou dizendo ainda que “todas as vezes que descobrimos alguma coisa construída, que era história da população negra na cidade de São Paulo, nós não sabíamos. Podemos falar da igreja da Sé e de diversos espaços”.

Na segunda rodada de discussão, participaram representantes do Poder Executivo. Subprefeito da Sé, Marcelo Salles participou do debate. Ele contou sobre a origem de sua família, falou sobre o trabalho desenvolvido na região da Sé e reconheceu a importância da população negra para a construção da cidade.

“Nós devemos ao trabalho desses homens e mulheres, que se dedicaram e que morreram para que possamos estar aqui criando as nossas famílias, a construção de uma cidade mais humana, mais justa e com mais igualdade”, disse Salles.

Flávio Sol, subprefeito da Penha, também acompanhou a discussão. Ele considera essencial cuidar dos espaços culturais e também defende a preservação da história da capital paulista. “Não podemos perder a nossa cultura”.

Arquiteto do Departamento do Patrimônio Histórico, Matheus Franco compôs a mesa da segunda rodada de debate e se colocou à disposição da comunidade. “Tentar ajuda em como eu puder ajudar, porque a luta é grande, vem de muitos anos. A luta é a vida de todos que estão aqui”.

A íntegra da Audiência Pública está aqui.

 

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