A intolerância religiosa e a discriminação contra os judeus foram os principais temas debatidos na Sessão Plenária desta quarta-feira (9/2). Vereadores e vereadoras da Câmara Municipal de São Paulo repudiaram a ação de um grupo de manifestantes que invadiram a Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, em Curitiba, Paraná, durante uma missa no último sábado (5/2). Ainda na sessão de hoje, parlamentares também condenaram as declarações de um influencer, investigado pela Polícia Civil por fazer apologia ao nazismo em um episódio de podcast no início desta semana.
Intolerância religiosa
A invasão a uma igreja, no Centro de Curitiba, aconteceu em protesto ao assassinato de congolês Moïse Kabagambe, morto em um quiosque na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro, em 24 de janeiro. Para o vereador Rodrigo Goulart (PSD), “a edilidade paulistana deve se manifestar diante da violação, da ofensa e da afronta ao local sagrado, ao sacerdote e a todos os fiéis ali presentes na Igreja Nossa Senhora do Rosário”.
A vereadora Sonaira Fernandes (REPUBLICANOS) também lamentou a manifestação. “Estou revoltada com tanta falta de respeito ao sagrado. Não se tem mais respeito à liberdade de culto”. O vereador Delegado Palumbo (MDB) considerou a invasão à missa um crime. “Quanto ao ato, à invasão da missa que ocorreu, não foram militantes, foram criminosos”.
Entre as pessoas que participaram da manifestação estava um vereador de Curitiba. O vereador Gilberto Nascimento Jr. (PSC) falou sobre o ato e cobrou um posicionamento do partido ao qual o parlamentar paranaense é filiado. “Fica aqui a minha fala de repúdio. Efetivamente, esse crime aconteceu e fica também o desafio ao Partido dos Trabalhadores para provar para a sociedade que não é desta maneira que eles pensam. E aí, vamos ver a atitude que vão tomar em cima do vereador de Curitiba”.
O líder do PT na Casa, vereador Senival Moura (PT), afirmou que o fato ocorrido na capital paranaense não condiz com os princípios da sigla. Senival enfatizou que o Partido dos Trabalhadores não aceita esse tipo de comportamento. “Não venham querer colocar essa pecha sobre os membros do Partido dos Trabalhadores, sobre os parlamentares do PT de todo o País, seja nas esferas federal, municipal ou estadual. Nós prezamos e respeitamos a religião, seja ela qual for”.
Discriminação contra judeus
A declaração feita pelo influencer Bruno Aiub, o Monark, em um episódio do Flow Podcast, na última segunda-feira (7/2), repercutiu em todo o Brasil. O youtuber é investigado por fazer apologia ao nazismo durante uma entrevista com deputados federais. Aiub defendeu a criação de um partido nazista.
O vereador Daniel Annenberg (PSDB) condenou a fala de Monark. “Essa turma toda se esquece que viver em democracia pressupõe respeito e tolerância ao que é diferente. Discursos racistas e antissemitas não aceitam diferentes, pregam o ódio e a intolerância. Por isso, ideologias que visam a eliminação de outros têm que ser proibidas sim”.
Quem também lamentou a fala do youtuber foi o vereador Celso Giannazi (PSOL). “É inconcebível, no momento em que estamos vivendo, aceitar qualquer coisa que faça apologia a um dos piores momentos da humanidade. E ter um deputado federal em um espaço desse, e não se posicionar veementemente contra essa posição do youtuber, é inadmissível”.
Por meio de nota, o Estúdios Flow, responsável pela programação, pediu desculpas à comunidade judaica e lamentou o fato. “Reforçamos o nosso comprometimento com a Democracia e os Direitos Humanos, portanto, o episódio 545 foi tirado do ar. Comunicamos também a decisão que a partir deste momento o youtuber Bruno Aiub @Monark está desligado dos Estúdios Flow”.
Próxima sessão
A próxima Sessão Plenária está convocada para amanhã, quinta-feira (10/2), às 15h. A Câmara Municipal de São Paulo transmite a sessão, ao vivo, por meio do Portal da Câmara, no link Plenário 1º de Maio, do canal do Legislativo paulistano no YouTube e do canal 8.3 da TV aberta digital (TV Câmara São Paulo).
Clique no vídeo abaixo para assistir à Sessão Plenária desta quarta.