O viaduto que cedeu na madrugada de quinta feira (15/11), na Marginal Pinheiros, próximo à ponte do Jaguaré, Zona Oeste de São Paulo, foi um dos assuntos discutidos pelos vereadores na Sessão Plenária desta quarta feira (21/11).
Para a vereadora Janaína Lima (NOVO), cerca de 500 mil habitantes tiveram a rotina alterada por conta do incidente. “Houve o rompimento do viaduto agora, mas há omissão por sucessivas gestões. O que consta é que não foram feitas as devidas manutenções”, disse Janaína, que considera os viadutos da capital “um problema antigo”.
Em discurso, o vereador Souza Santos (PRB) também destacou a falta de manutenção acumulada ao longo de décadas. “Não é um problema desta administração nem de agora, mas dos governos passados. Esse viaduto foi construído na década de 70, é bastante antigo, mas infelizmente aconteceu isso agora”, afirmou o vereador.
Para o vereador André Santos (PRB), é preciso ter mais fiscalização para que a estrutura de outros viadutos da cidade não seja comprometida. “Graças a Deus não ocorreu uma tragédia. Caso acontecesse, de quem seria a responsabilidade? Vamos continuar ajudando o prefeito para poder trazer soluções que possam beneficiar nossa cidade”, disse André Santos.
O vereador aproveitou a ocasião para defender o PL (Projeto de Lei) 423/17, de sua autoria, pelo qual as informações técnicas e as datas das últimas vistorias seriam fixadas nos viadutos para conhecimento da população. Aprovado pela Câmara em duas votações, o PL foi vetado pelo Executivo. “O objetivo não era criar uma oposição ao governo, mas sim ajudar a nossa cidade e manter a questão da segurança. Esse Projeto foi vetado. O motivo alegado é que já há instrumentos que dão condições para as pessoas terem qualquer tipo de informação”, disse o vereador.
A vereadora Juliana Cardoso (PT) questionou o volume de verbas de fato utilizadas na manutenção dos viadutos da cidade. “Ter 45 milhões de reais e só gastar 30 por cento desse valor… o que significa isso? Temos uma equipe reduzida, principalmente de funcionários públicos que trabalham com arquitetura e manutenção das pontes e de outras estruturas importantes”, disse Juliana. “Não estou dizendo que é uma coisa dessa gestão, mas da complexidade que é a cidade de São Paulo”, afirmou a vereadora.
Ainda durante a Sessão Plenária, o parlamentar Camilo Cristófaro (PSB) citou outros dois viadutos que precisariam de manutenção imediata. “As pontes da Freguesia do Ó e a do Limão, na Marginal Tietê, estão com aberturas de fendas. Nesses trechos, são dois milhões de carros por dia, tanto na ida, sentido Guarulhos, quanto na volta, sentido Rodovia Castello Branco”, afirmou Cristófaro.
Para o vereador Gilberto Natalini (PV), existem quase 200 viadutos na cidade, sendo que ao menos metade deles apresentaria problemas estruturais. “Eles não são preservados, não são recuperados, mas os viadutos têm impacto de caminhões e desgaste da estrutura”, disse Natalini.
De acordo com o vereador Adílson Amadeu (PTB), a categoria dos taxistas estaria à disposição da população para colaborar. Ele afirmou que com os desvios na região do viaduto, o trânsito deverá atrapalhar a vida de quem usa carro. “Acredito que o trânsito não vai ser tão tranquilo. A categoria dos taxistas está à disposição, seja com bolsões ou corredores que deem mais liberdade, para que os taxistas possam atender a população”, disse Amadeu. Segundo o vereador, há anos empresas aguardam definições da prefeitura e do TCM (Tribunal de Contas do Município) com projetos para recuperar os viadutos da cidade. “Essas empresas não receberam respostas do governo atual nem dos anteriores”, afirmou o parlamentar.
Já o vereador Caio Miranda (PSB) destacou a necessidade de manutenção das passarelas, pontes e viadutos da capital paulista, construídos há mais de 30 anos. E reafirmou a sua confiança no Executivo. “Tenho certeza de que o prefeito Bruno Covas (PSDB) está se esforçando para tentar fazer um plano de emergência”, afirmou Miranda.
O vereador também aproveitou o discurso para divulgar a Audiência Pública requerida pela CCJ (Comissão de Constituição, Justiça e Legislação Participativa) e marcada para 3/12, quando se discutirá com a população o futuro do Elevado Presidente João Goulart, o Minhocão.